Elizabeth Holmes, 38, fundadora da startup de biotecnologia Theranos, foi condenada a 11 anos e três meses de prisão nesta sexta-feira (18) em um tribunal da Califórnia.
A ex-estrela do Vale do Silício foi considerada culpada de enganar investidores para que colocassem dinheiro na empresa que prometia revolucionar os exames de sangue, mas não tinha tecnologia para isso.
O juiz Edward Davila, em San Jose, na Califórnia, sentenciou Holmes por três acusações de fraude com investidores e uma acusação de conspiração. Em janeiro, ela havia sido condenada por um júri após um julgamento que durou três meses.
Holmes, vestida com uma blusa escura e saia preta, abraçou seus pais e seu companheiro após a sentença ser proferida. Durante a audiência, ela chorou ao dizer que estava "devastada" por seus fracassos e que teria feito muitas coisas de maneira diferente se tivesse a chance.
"Senti uma profunda vergonha pelo que as pessoas passaram porque eu falhei com elas", disse.
O juiz determinou que Holmes comece a cumprir a pena em abril. Espera-se que seus advogados peçam ao juiz que permita que ela permaneça em liberdade, sob fiança, enquanto aguarda a análise dos recursos.
Os promotores pediram ao tribunal que a empresária fosse sentenciada a 15 anos de prisão e obrigada a devolver US$ 800 milhões às vítimas.
O advogado de Holmes, Kevin Downey, pediu clemência para Holmes, dizendo que, ao contrário de alguém que cometeu um "grande crime", ela não foi motivada pela ganância. Foi feito um pedido por uma pena mais branda, de 18 meses em prisão domiciliar, seguida de serviço comunitário.
Os promotores disseram no julgamento que Holmes deturpou a tecnologia e as finanças da Theranos ao dizer que sua máquina miniaturizada era capaz de executar uma série de exames com algumas gotas de sangue.
A empresa, contudo, dependia secretamente de máquinas convencionais de outras empresas para realizar testes em pacientes, disseram os promotores.
Holmes fundou a Theranos em 2003, quando tinha apenas 19 anos. Em poucos anos, ela arrecadou fundos de investidores de alto perfil, como os supermercados Safeway, a rede de drogarias Walgreens e o ex-secretário de Estado americano George Shultz.
Em seu auge, a empresa foi avaliada em quase US$ 10 bilhões, e Holmes, a acionista majoritária, a comandava com uma fortuna de US$ 3,6 bilhões, segundo a revista Forbes.
Mas a Theranos entrou em colapso depois que uma reportagem do The Wall Street Journal em 2015 revelou que a tecnologia desenvolvida pela empresa não funcionava como prometido.
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