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Elon Musk expõe visão ambiciosa de pagamentos para o Twitter

Comentário é sinal de que novo CEO pretende transformar a plataforma em um 'aplicativo de tudo'

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Hannah Murphy Arjun Neil Alim
San Francisco e Londres | Financial Times

Elon Musk expôs sua visão de longo prazo para trazer pagamentos para o Twitter –que poderão incluir a oferta de contas do mercado monetário de alto rendimento, cartões de débito e transações ponto a ponto–, enquanto a empresa de rede social apresentava a documentação às autoridades dos Estados Unidos para se tornar um negócio de serviços financeiros.

O empresário bilionário esboçou suas ideias para oferecer os serviços durante uma conversa com anunciantes no Twitter Spaces na segunda-feira (7).

Em um sinal de que Musk está tomando medidas para integrar alguns serviços de pagamento à plataforma, o Twitter se registrou na sexta-feira (4) no Tesouro dos EUA como processador de pagamentos, de acordo com os documentos. As empresas envolvidas em transferências de dinheiro, câmbio ou desconto de cheques são obrigadas a informar à Rede de Repressão a Crimes Financeiros do Tesouro.

Elon Musk, CEO do Tesla, participa de convenção de games em Los Angeles - Mike Blake - 13.jun.2019/Reuters

Musk tem um histórico na tecnologia financeira: em 1999, ele cofundou o X.com, um dos primeiros bancos online, que mais tarde se tornou parte do PayPal.

Os comentários são o sinal mais forte até agora da ambição de Musk de transformar a empresa que ele comprou por US$ 44 bilhões (R$ 227,1 bilhões) em um "aplicativo de tudo", inspirado no WeChat da China –que é um espaço único para mensagens, pagamentos e compras–, embora a medida provavelmente exponha o Twitter a novos desafios regulatórios.

Musk disse na quarta que, uma vez que os usuários pagaram por sua assinatura premium de US$ 7,99, o Twitter Blue, "agora podemos dizer que você tem saldo em sua conta. Deseja enviar dinheiro para outra pessoa no Twitter? E talvez nós pré-abasteçamos a conta".

Ele acrescentou que se os usuários quiserem sair do sistema poderão vincular sua conta bancária online à conta do Twitter. "Então, o próximo passo seria oferecer uma conta do mercado monetário extremamente atraente para obter um rendimento extremamente alto em seu saldo", disse ele. "E então adicione cartões de débito, cheques..."

As observações seguem mais um dia de atividade e experimentação no Twitter, enquanto Musk tenta fazer a empresa debilitada funcionar em meio à queda da receita de publicidade e preocupações com a moderação de conteúdo. Ele demitiu quase metade da força de trabalho global da empresa na sexta.

O Twitter não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. O New York Times noticiou primeiramente o registro da empresa no FinCEN.

A confusão reinou sobre a tentativa de Musk de mudar as políticas de verificação de usuários no site. Menos de 24 horas depois de lançar uma "marca de verificação cinza" na quarta-feira para rotular contas oficiais, Musk recuou repentinamente, em meio a incertezas sobre sua relação com o selo azul, que ele disponibilizou para todos os usuários que se inscreverem no serviço pago Twitter Blue.

Mais tarde, um executivo de produtos do Twitter esclareceu que o rótulo "oficial" estava sendo lançado inicialmente apenas para entidades governamentais e comerciais, e não para indivíduos.

"Por favor, note que o Twitter fará muitas coisas tolas nos próximos meses", tuitou Musk. "Vamos manter o que funciona e mudar o que não funciona."

Enquanto isso, o executivo-chefe da Tesla tentou tranquilizar os anunciantes de que a plataforma continuará sendo um local seguro para suas marcas. Sobre a questão de identidades forjadas, ele alertou que qualquer usuário que usar seu selo azul para se passar por marcas ou indivíduos será suspenso, acrescentando que "ficaremos com seus US$ 8".

Musk, que se descreveu como um "absolutista da liberdade de expressão", disse anteriormente que não faria nenhuma mudança significativa na moderação de conteúdo sem convocar um conselho de moderação de conteúdo.

Na quarta, ele afirmou que o Twitter poderá levar "alguns meses" para criar esse conselho, acrescentando que será um "conselho consultivo", e não um "conselho de comando".

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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