As enquetes de Musk no Twitter, os negócios entre big techs e Bolsas e o que importa no mercado

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Musk quer que você decida o futuro dele no Twitter

Desde que comprou o Twitter em outubro por US$ 44 bilhões, o bilionário Elon Musk tem tomado algumas decisões sobre a plataforma com base no resultado de enquetes. Neste domingo, o negócio tomou outra proporção.

O dono da plataforma perguntou aos usuários se ele deveria deixar o comando da rede social. A pesquisa fica no ar até a manhã desta segunda (19). Em pouco mais de quatro horas de votação, obteve 10 milhões de votos, e o "sim" ganhava com 56,3%.


No sábado, outra enquete: quando as contas que "mostravam a localização" de Musk em tempo real deveriam deixar de ser suspensas, em sete dias ou ao fim da votação.

  • Segundo Musk, esses usuários supostamente compartilharam dados públicos da localização do empresário. O banimento dos perfis foi criticado por entidades de liberdade de imprensa e de expressão.
  • O bilionário justificou a decisão dizendo que o carro com um de seus filhos teria sido seguido como suposto resultado de uma conta que mostravam sua localização. A polícia diz não ver relação entre as duas coisas, relata o Washington Post.

Na sexta, Musk promoveu uma discussão sobre o assunto no Spaces, ferramenta do Twitter, que contou com a participação de jornalistas que foram banidos. O Spaces ainda saiu do ar logo após a transmissão, mas voltou horas depois.



Também neste domingo, o Twitter informou que vai remover contas criadas exclusivamente para promover outras plataformas. As plataformas citadas são Facebook, Instagram, Mastodon, Truth Social, Tribel, Nostr e Post.

  • No fim da noite, porém, os tuítes que anunciavam essa nova política foram excluídos.

Startup da Semana: NotCo

O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que recebeu aporte recentemente.

A startup: fundada em 2015 em Santiago, no Chile, ela desenvolve hambúrgueres, leite, sorvete e maionese a partir de plantas.

Em números: a NotCo anunciou na última semana uma extensão de US$ 70 milhões (quase R$ 370 milhões) em sua rodada série D, iniciada em julho do ano passado com uma captação de US$ 235 milhões (R$ 1,240 bilhão), que a avaliou em US$ 1,5 bilhão (R$7,92 bilhão).

Quem investiu: o aporte atual foi liderado pelo Princeville Capital, mas a rodada teve como investidores os fundos Tiger Global DFJ Growth Fund e também contou com nomes conhecidos, como Jeff Bezos, fundador da Amazon, Lewis Hamilton, piloto de Fórmula 1, o tenista Roger Federer e Jack Dorsey, fundador do Twitter.

Que problema resolve: a startup usa IA (inteligência artificial) e uma base de dados de plantas para criar receitas que simulam alimentos de origem animal.

Por que é destaque: a NotCo registrou o maior aporte anunciado por startups latinoamericanas na semana passada e atua no mercado de alimentos à base de plantas, que deve movimentar entre US$ 100 bilhões e US$ 370 bilhões até 2035, segundo a The Good Food Institute.

Matias Muchnick, sócio da startup NotCo, de alimentos feitos a partir de plantas e que ultrapassou valor de mercado de US$ 1 bilhão - Divulgação


A semana em resumo

Foram 32 rodadas de captação na América Latina, com US$ 243,6 milhões (R$ 1,286 bilhão) em investimentos.

Os dados foram fornecidos pela plataforma Sling Hub.


O que as big techs querem com as Bolsas

O negócio envolvendo a Microsoft e a LSEG (Bolsa de Valores de Londres), em que a big tech gastou US$ 2 bilhões para comprar 4% de participação na companhia britânica, confirma a tendência da entrada das gigantes no mercado de capitais.

  • No ano passado, também deram esse passo o Google, que comprou uma parte da CME, Bolsa de Chicago, por US$ 1 bilhão, e a Amazon, que fechou um negócio com a Nasdaq.

O que explica? Todas as transações envolvem um mesmo tipo de acordo: um contrato de computação em nuvem dos sistemas das big techs com as Bolsas.

  • A aposta é numa digitalização cada vez mais intensa no mercado, que deve seguir dando o tom das transações e municiar dados financeiros para inteligência artificial.

No Brasil, a B3, que toca a Bolsa brasileira, também se movimenta nesse sentido. Em novembro, anunciou a compra da Neurotech, de inteligência artificial, por até R$ 1,1 bilhão, e no ano passado adquiriu a Neoway, de big data, por R$ 1,8 bilhão.

O que cada um ganha com esses negócios?

  • As Bolsas levam sua infraestrutura para a nuvem, o que dá para elas maior poder de processamento e permite que agreguem seus dados com maior rapidez e flexibilidade.
  • As big techs miram o retorno financeiro. A Microsoft espera gerar US$ 5 bilhões (R$ 26,4 bilhões) em receita por meio da parceria de dez anos. Tem também a aproximação com outras empresas financeiras que podem virar clientes.

Os serviços de computação em nuvem da Amazon, Microsoft e Google tiveram uma participação de mercado combinada de 66% globalmente no terceiro trimestre deste ano, segundo o Synergy Research Group.

De parceiro a rival? A aproximação e o estilo agressivo da tática de negócio das big techs levam alguns especialistas a imaginar que, no futuro, elas possam sair do papel de fornecedor amigável para se tornar uma grande ameaça, competindo no mesmo mercado.


Renda fixa cada vez mais ‘variável’

A partir de 2 de janeiro de 2023, os investidores com títulos privados de renda fixa passarão a perceber uma diferença nos extratos de bancos e corretoras.

Papéis como debêntures e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA) terão de seguir uma regra conhecida no jargão como marcação a mercado.

Entenda: ela atualiza periodicamente os preços dos títulos de renda fixa de acordo com determinados riscos. Pode ser o da empresa emissora do papel (risco de crédito), ou por alteração no cenário macroeconômico (risco de mercado).

  • Quando a aversão ao risco aumenta e o mercado passa a precificar alta de juros, os preços dos papéis caem automaticamente, considerado o valor que o investidor pagou pelo ativo.
  • Caso o título seja carregado até o vencimento, o investidor recebe a taxa prometida.

Como (ainda) é: os títulos emitidos pelas empresas são marcados na curva, modalidade em que a volatilidade dos papéis não aparece nos extratos dos investidores. Há apenas a indicação do valor projetado a ser recebido no vencimento do papel.

De um lado, o investidor conseguirá saber quanto vale seu título caso queira negociá-lo. Do outro, a volatilidade diária pode assustar investidores desacostumados com o sobe e desce na renda fixa.


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