Mercadante no BNDES, Lei das Estatais, primeiros nomes da equipe de Haddad e o que importa no mercado

Leia edição da newsletter FolhaMercado desta quarta-feira (14)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta quarta-feira (14). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:


Mercadante no BNDES e a Lei das Estatais

Mercadante no BNDES, Galípolo e Appy na Fazenda, e a reação do mercado a essas indicações. A terça-feira foi recheada de notícias em Brasília que respingaram na Faria Lima. Veja mais detalhes das escolhas:

Aloizio Mercadante é ex-ministro e ex-senador e foi anunciado para o banco de fomento pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Conheça mais sobre sua trajetória aqui.

O presidente também declarou que "vai acabar a privatização nesse país".

Mercado não gostou: o sinal de rejeição ao nome já apareceu na véspera, quando notícias indicavam para esse desfecho.

  • O Ibovespa até subia 1%, mas a partir do anúncio de Mercadante no BNDES, o ritmo se inverteu e a Bolsa fechou em queda de 1,71%. O mesmo movimento aconteceu no dólar, que caía 1%, mas fechou praticamente estável.
  • A indicação de políticos petistas vistos como mais favoráveis à expansão de gastos públicos para comandar áreas estratégicas da economia tem causado descontentamento entre investidores.

Indicação pode esbarrar em lei: como o ex-ministro participou da campanha eleitoral do presidente eleito, ele não poderia assumir o cargo no BNDES conforme a versão atual da Lei das Estatais, afirma Sylvio Coelho, que coordenou a elaboração da legislação em 2016.

Sim, mas...A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça um projeto que muda a Lei das Estatais para reduzir para 30 dias a quarentena de indicados a ocupar cargos de alto escalão nas empresas públicas.

  • Hoje, a lei veda a indicação de pessoas que tenham atuado, nos últimos 36 meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral.
  • O projeto retira a previsão dos 36 meses. Ou seja, caso a lei seja sancionada, Mercadante ficará liberado para comandar o BNDES. O texto ainda precisa passar pelo Senado.

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta terça dois nomes para sua equipe:

Reações mistas: A indicação de Appy recebeu muitos elogios de analistas do mercado, pelo seu conhecimento sobre o tema tributário.

A nomeação de Galípolo, porém, provocou uma avaliação mais neutra. Analistas fizeram ressalvas sobre um pensamento mais desenvolvimentista atribuído a ele.

"Morde e assopra": ainda no mercado, a avaliação é a de que Haddad, por um lado, seguirá com sinais de elevar gastos, enquanto ao mesmo tempo indica que buscará segurar a trajetória da dívida pública.

Opinião:


SAF: o combustível verde da aviação

Responsável por cerca de 3% das emissões globais e alvo de críticas de ambientalistas, a aviação comercial e corporativa corre para encontrar alternativas menos poluentes.

A mais promissora parece ser o SAF (Combustível Sustentável de Aviação), mas que ainda representa só 0,1% do total de combustível usado no mundo pelos aviões.

Entenda: o combustível é feito a partir de óleos de plantas como palma e mamona, e de rejeitos orgânicos, incluindo óleos vegetais descartados.

  • Além de poluir 80% menos que o querosene, o SAF desponta como alternativa limpa mais viável por poder ser usado nos atuais motores de aviões, sem grandes adaptações.

O que trava o avanço:

  • Preço: cada litro do SAF custa de 2,5 a 5 vezes mais que o QAV (querosene de aviação).
  • Dificuldade para ampliar oferta: montar uma fábrica leva de três a cinco anos, e há dúvida se existe biomassa suficiente para produzir em larga escala. Seriam necessários bilhões de toneladas por ano –hoje não chegamos na marca dos milhões.

Em números: os planos do setor para o SAF são ambiciosos. A ideia é que a produção chegue a 2% do mercado em 2025 e o combustível se torne o padrão até 2050.

Ciente das limitações do SAF, a Airbus, maior fabricante de aviões do mundo, aposta também em outras alternativas para atingir a meta de ser net zero (neutralizar suas emissões de poluentes) até 2050.

  • Elas incluem hidrogênio verde e eletrificação das aeronaves, opções que têm como desvantagens ocupar muito espaço ou peso nas aeronaves.

Os brasileiros lesados pela FTX

A corretora cripto FTX, que entrou com pedido de falência no começo do mês e teve seu fundador e ex-CEO preso nesta segunda (12), tinha investidores brasileiros entre seus mais de 1 milhão de clientes.

A BBC News Brasil localizou alguns deles, que comentaram sobre o sentimento de verem parte de seu patrimônio virar pó de uma hora para a outra. Veja os depoimentos:

Antônio (nome fictício):

  • "Era tudo que tinha. Fiquei no zero", afirma o chefe de cozinha em Santa Catarina, que havia vendido a casa para aplicar em criptomoedas.
  • "[Nos primeiros sinais de que a empresa não iria honrar os saques] tentei transferir o dinheiro, mas nada foi transferido. Aí o desespero pegou, né? Meu Deus... nem é bom eu pensar de novo. Não foi fácil".

André Fauth:

  • "A gente não desconfia até de fato chegar à realidade. A aparência do grupo FTX era de algo forte, sólido. Eles resgatavam empresas que estavam falindo. A FTX tinha um valor de mercado de R$ 32 bilhões, eu nunca ia imaginar que havia risco para o dinheiro lá".
  • Ele tem um canal no YouTube sobre investimento em criptos e relata que perdeu o equivalente a R$ 1 milhão em investimentos na FTX.

Nélio Castro:

  • "[A corretora] estava listada entre as três maiores do mundo. Havia diversas recomendações de experts. Além disso, a interface era muito boa de operação. As taxas eram zero para operações com ethereum e bitcoin. E as transações lá eram muito rápidas".
  • Ele afirma que perdeu US$ 10 mil (aproximadamente R$ 52 mil).

Nesta terça, os promotores americanos comunicaram oito acusações de fraude contra Sam Bankman-Fried, ex-CEO da plataforma.

  • Eles disseram que ele pegou o dinheiro dos clientes da FTX para financiar a Alameda Research, uma empresa da qual era sócio majoritário.
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.