Mais de 1.100 funcionários sindicalizados do New York Times fazem greve nesta quinta-feira (8). Segundo o sindicato, o motivo é que a empresa "falhou em negociar de boa-fé", depois de estabelecer um prazo para contrato na semana passada. O limite é até meia-noite desta sexta (9).
Esta é a primeira vez em que os funcionários do jornal norte-americano participam de uma paralisação desde o início dos anos 1980.
O ato ocorre em meio a um crescente movimento trabalhista nos Estados Unidos, no qual funcionários de empresas como Amazon, Starbucks e Apple se organizaram para combater práticas que consideram injustas.
"Hoje estávamos prontos para trabalhar o quanto fosse necessário para chegar a um acordo justo, mas a administração saiu da mesa faltando cinco horas", escreveu no Twitter o sindicato do NYT na quarta (7).
O jornal emitiu um comunicado confirmando a greve: "É decepcionante que eles estejam tomando uma atitude tão radical quando não chegamos a um impasse".
Nos Estados Unidos, a inflação acumulada em 12 meses até outubro aumentou 7,7%. O índice atingiu um pico de 9,1% em junho, maior avanço do custo de vida desde novembro de 1981. Os patamares são muito superiores à meta de 2% para a inflação anual do país.
No setor de comunicações, os jornalistas do Pittsburgh Post-Gazette, de propriedade da Block Communications, e do Fort Worth Star-Telegram, de propriedade da McClatchy, estão atualmente em greves indefinidas.
No dia 4 de novembro, mais de 200 jornalistas sindicalizados de 14 meios de comunicação de propriedade da Gannett –incluindo o Desert Sun da Califórnia e a Asbury Park Press de Nova Jersey– participaram de uma greve de um dia.
Em agosto, cerca de 300 jornalistas da Thomson Reuters nos EUA, também representados pelo NewsGuild de Nova York, fizeram greve de 24 horas enquanto o sindicato negociava com a empresa um novo contrato de três anos.
The Times Guild representa jornalistas, bem como vendedores de anúncios, moderadores de comentários, assistentes de notícias, guardas de segurança e funcionários do The Times Center, local de eventos da empresa e estúdio de produção virtual.
Funcionários de tecnologia do Times votaram em março passado pela sindicalização e tentam negociar separadamente seu primeiro contrato.
Tradução de Luiz Roberto Gonçalves
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