Lula avança em equipe econômica com Alckmin e Esther, mas Planejamento segue indefinido

Presidente também anunciou que ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), ficará com o Ministério dos Portos

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Brasília

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou novos nomes da equipe econômica, que será composta pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB-SP) no cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Lula irá desmembrar o atual Ministério da Economia em quatro: Fazenda, Planejamento, Indústria e Gestão.

Fernando Haddad (PT) foi apresentado, há duas semanas, como novo ministro da Fazenda.

Na nova rodada de anúncios da Esplanada de Lula, nesta quinta-feira (22), o presidente eleito confirmou os nomes de Alckmin (Indústria) e Esther Dweck (Gestão). A pasta do Planejamento, porém, segue indefinida.

Como antecipado pela Folha, o nome de Alckmin ganhou força diante da recusa de empresários para o posto da Indústria. Ele então acumulará a função de vice-presidente e ministro.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao lado do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB-SP). - Lúcio Tavora -13.dez.2022/Xinhua

A escolha de Alckmin para o cargo se deu após Josué Gomes da Silva, da Coteminas, e Pedro Wongtschowski, do grupo Ultra, declinarem do convite.

O presidente eleito tinha uma ideia em torno de um empresário à frente da pasta. Essa foi uma de suas promessas feitas durante a campanha de conduzir um projeto de reindustrialização no país.

Mas assessores de Lula afirmam que barreiras legais impediram grandes empresários de aceitar o cargo: eles não podem ser acionistas de uma empresa que atua na mesma área do ministério.

Por isso, o presidente procurou um nome que transite bem entre o empresariado e, ao mesmo tempo, construa pontes com o Congresso para a definição de novas políticas para o setor. Alckmin, que teve o apoio do setor industrial quando disputou a Presidência em 2018, surgiu como solução para o cargo.

Para a pasta da Gestão, foi escolhida a economista Esther Dweck, como antecipou a Folha. Durante o governo Dilma Rousseff, entre 2011 e 2016, ela atuou no Ministério do Planejamento como secretária de Orçamento Federal.

Dweck integrou o grupo de transição de Lula responsável pela área do Planejamento.

No Ministério do Planejamento, a decisão de Lula orbitou entre nomes políticos, como o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), e economistas.

Nas mais recentes conversas, o presidente tem sondado economista André Lara Resende. Ele atuou na elaboração do Plano Real e, durante a atual transição, integram o grupo técnico de economia.

O anúncio do novo ministro do Planejamento, porém, ficou para a próxima rodada.

Nesta quinta, Lula também anunciou que ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), ficará com o Ministério dos Portos –fatia do atual Ministério da Infraestrutura.

Márcio França durante comício com Lula, em Taboão da Serra, em São Paulo
Márcio França durante comício com Lula, em Taboão da Serra, em São Paulo - Mathilde Missioneiro - 10.set.22/Folhapress

França inicialmente mirava o Ministério das Cidades, mas o nome dele perdeu força para o cargo pasta nos últimos dias. A pasta das Cidades é disputada por outros partidos que Lula tenta atrair para a base do governo.

No fim de novembro, em jantar com a presença de Alckmin, o PSB havia oficializado o nome do ex-governador de São Paulo como indicação do partido ao Ministério das Cidades

França foi candidato ao Senado em São Paulo, com apoio da aliança do PT, mas acabou derrotado para o bolsonarista Marcos Pontes (PL).

Antes, ele também era cotado para concorrer ao governo paulista, mas a vaga ficou com Haddad (PT), que também perdeu nas urnas.

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