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TST corta greve de pilotos e reduz paralisação a 10% da tripulação

Trabalhadores aprovaram suspensão de decolagens por duas horas em nove aeroportos

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São Paulo

A ministra Maria Cristina Peduzzi, do TST (Tribunal Superior do Trabalho), decidiu nesta sexta-feira (16) que apenas 10% dos pilotos, copilotos e comissários de bordo poderão efetivamente aderir à greve de tripulantes prevista para começar na segunda-feira (19).

A decisão atendeu parcialmente a uma ação cautelar (um tipo de medida emergencial) apresentada pelo Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias). As companhias pediam o cancelamento da greve, o que foi negado.

A decisão da corte trabalhista praticamente inviabiliza o movimento, uma vez que 90% dos tripulantes deverão seguir na ativa. Uma multa de R$ 200 mil foi fixada. A greve aprovada na quinta (15) previu duas horas de paralisação, sempre das 6h às 8h, por tempo indeterminado.

Área internacional do aeroporto do Galeão, no Rio, um dos afetados pela greve que começa na segunda-feira - Eduardo Anizelli-11.jul.22/Folhapress

Uma audiência de negociação foi marcada, também nesta sexta, depois que o Sindicato Nacional dos Aeronautas comunicou o tribunal que o indicativo de greve estava aprovado e pretendia chegar a um acordo. "O objetivo é tentar evitar a paralisação e discutir, de imediato, o conflito de interesses envolvido na questão", disse o vice-presidente do TST, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, antes do encontro.

A greve aprovada pelos aeronautas afeta os voos partindo dos aeroportos de Congonhas (São Paulo), Guarulhos, Galeão, Santos Dumont (ambos no Rio), Viracopos (Campinas), Porto Alegre, Fortaleza, Brasília e Confins (Belo Horizonte).

Os aeronautas cobram das empresas aéreas a recomposição salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e ganho real (acima da inflação) de 5%. Nas cláusulas sociais, pedem a manutenção da convenção coletiva da categoria e a definição de horários de veto para alterações em folgas.

Duas propostas apresentadas pelo Snea, que representa Azul e Gol, foram rejeitadas.

O Snea diz em nota que "as negociações com a categoria foram iniciadas em outubro e a base da CCT [convenção coletiva de trabalho] atual foi assegurada". Afirma também que as negociações com os tripulantes seguem em curso no TST.

Nesta sexta, o presidente do sindicato dos aeronautas, Henrique Hacklaender, publicou um vídeo no qual convoca os pilotos, copilotos e comissários de bordo da Latam a aderirem a greve.

Como a companhia negocia diretamente com o sindicato, os tripulantes estariam sendo pressionados a continuar trabalhando, uma vez que as negociações para o acordo coletivo estão em andamento.

Na quinta, a Latam disse entender que a greve está relacionada à negociação dos tripulantes com o Snea, que representa Gol e Azul.

"Precisamos, sim do comparecimento de todos na segunda-feira, inclusive dos tripulantes Latam, paralisando os voos e dando apoio aos movimentos", disse o presidente do SNA.

O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) informou em nota que as negociações buscam assegurar a continuidade dos serviços "e o direitos dos clientes de viajar, especialmente neste período de alta temporada."

A entidade patronal esperava conseguir o cancelamento total da greve no TST. O sindicato das companhias áreas diz não ter recebido dos tripulantes nenhuma contraproposta e afirma, em nota, que as categorias profissionais podem defender seus interesses "desde que esgotada a via negocial e observada a legalidade."

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