Descrição de chapéu Folhainvest Banco Central

Bolsa fecha janeiro com alta de 3,6% e dólar fica abaixo dos R$ 5,10

Desaceleração dos custos trabalhistas nos EUA anima investidores às vésperas da 'superquarta'

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São Paulo

A Bolsa se manteve acima dos 113,2 mil pontos durante toda a terça (31) e fechou em alta de 1,26%. O Ibovespa encerrou a sessão aos 113.691,16 pontos, recuperando parte da queda de 1,63% registrada na última sexta-feira (27) e fechando janeiro com acumulado de 3,6%.

O dólar comercial à vista fechou em queda de 0,75% ante o real, para R$ 5,076, após dados mostrarem a desaceleração dos custos trabalhistas nos Estados Unidos. A notícia reforça a expectativa de que o ritmo de alta de juros por lá diminua.

Em janeiro, a moeda americana acumulou queda de 3,82%, após dois meses seguidos de alta. A valorização do real no período reflete a reabertura da China, que tornou moedas de emergentes mais atrativas, e os juros juros mais altos pagos pelo Brasil do que pelos países desenvolvidos.

Cédulas de dólar - Dado Ruvic/Reuters

"Os ruídos políticos estão mais acalmados. Tem discussão de reforma tributária, tem meta de inflação, mas nenhuma novidade em tom que desagrade muito o mercado. Vemos melhora por parte dos ativos. Temos fluxo estrangeiro entrando na Bolsa e lá fora o humor melhorou um pouco, ajudando aqui", afirma Rodrigo Marcatti, CEO da Veedha Investimentos.

Os juros também fecharam em queda. Os contratos para 2024 saíram de 13,55% ao ano para 13,54%. No vencimento para 2025, a taxa passou de 12,87% para 12,84%. Para 2027, os juros cederam de 12,85% para 12,83%.

Nesta quarta (1º), o Banco Central do Brasil e o Federal Reserve (BC dos Estados Unidos) divulgam as suas decisões sobre as taxas de juros. Às vésperas da primeira "superquarta" deste ano, o mercado segue atento a dados econômicos que possam impactar nas expectativas de inflação e taxas de juros.

Nos EUA, especialistas apostam em alta de 0,25 ponto percentual na taxa de juros para controlar a inflação. Será o menor reajuste em dez meses.

Os principais índices de ações dos Estados Unidos fecharam em alta nesta terça, com investidores otimistas sobre a abordagem agressiva do Fed para conter a inflação.

O S&P 500 subiu 1,46%, para 4.076,60 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq subiu 1,68%, para 11.584,55 pontos. O Dow Jones avançou 1,09%, para 34.086,04 pontos.

Por aqui, o Copom (Comitê de Política Monetária) deve manter a Selic em 13,75% ao ano, apesar da pressão do governo Lula. Em mais de uma entrevista, o presidente da República criticou a independência do Banco Central e disse não haver lógica na taxa de juros atual.

Em sintonia, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), questionou nesta terça (31) o alto patamar dos juros no Brasil e disse que é preciso agir por um custo de capital mais barato no país.

Horas antes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou preocupação com "uma eventual retração no crédito" ao sair de uma reunião com o conselho da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Para Nicola Tingas, economista chefe da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), a desaceleração do crédito é normal perante o contexto econômico do país. Ele dizer ser preciso melhorar as condições de risco, com uma reforma fiscal bem feita.

"Quando a economia está em desaceleração e ajuste, como agora, o crédito desacelera, porque o risco de inadimplência é maior, como vemos agora que está batendo recorde. Mas isso não quer dizer que para de ser concedido. Ele vai ganhar maior seletividade, e as instituições operam no nicho que têm maior conhecimento do cliente", afirma Tingas.

Segundo Sérgio Goldenstein, sócio e economista-chefe da Warren Renascença, o mercado acredita que, com as projeções de inflação acima da meta, o Copom inicie a queda da Selic em agosto, com expectativa de chegar a 11% no final do ano.

"Para que isso se materialize, porém, tomamos como premissa um cenário de maior tranquilidade com relação ao arcabouço fiscal e a manutenção das metas de inflação para 2024 e 2025", afirma o especialista.

Pedido constante do mercado, a reforma tributária deve ganhar novo capítulo de discussão nesta quarta também com a eleição pelo comando do Congresso.

Prestes a ser reconduzido à presidência da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça que a intenção do governo Lula é dar prioridade à questão e votar o tema em até três meses.

Já o debate sobre a âncora fiscal substituta do teto de gastos deve ser aberto em um segundo momento e ainda não tem prazo para passar por deliberação.

Com Reuters

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