Descrição de chapéu Folhajus

Juíza nega recurso da Americanas e indica empresa para vistoriar emails

Empresa já recorreu em segunda instância; magistrada decretou sigilo sobre material colhido em computadores da companhia

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Rio de Janeiro

A Justiça de São Paulo negou recurso da Americanas em ação movida pelo Bradesco e indicou a Kroll para vistoriar computadores da varejista em busca de provas de fraude no escândalo contábil que levou a empresa à recuperação judicial.

Após a decisão, a varejista apresentou recurso em segunda instância para tentar suspender a vistoria nos computadores.

No primeiro recurso apresentado, e que fora negado mais cedo, a Americanas havia alegado que a busca nos emails poderia gerar risco de vazamento para a imprensa da intimidade de terceiros não relacionados ao caso e pediu a suspensão da decisão que autorizava as investigações.

A juíza Andréa Galhardo Palma decretou sigilo sobre o material colhido nos computadores. Ela autorizou, porém, o compartilhamento de eventuais provas com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que pediu acesso ao material para ajudar nas investigações internas.

Unidade da Lojas Americanas em shopping no Rio de Janeiro - Mauro Pimentel - 29.jan.23/AFP

"Considero notório o interesse público na apuração dos fatos em questão, que será beneficiado pelo incremento da transparência sobre as provas aptas a demonstrarem as alegadas fraudes", escreveu a juíza da 2a Vara Empresarial do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).

O sigilo serve apenas para o material colhido nos computadores "até que seja feita uma triagem pelo expert nomeado". Demais atos processuais permanecerão públicos "por razões de interesse público e transparência".

A juíza havia autorizado buscas em todas as caixas de email institucional dos diretores, integrantes do Conselho de Administração e do Comitê de Auditoria e funcionários das áreas de contabilidade e de finanças —tanto dos atuais quanto daqueles que ocuparam esses cargos nos últimos dez anos.

A Americanas recorreu da decisão, alegando que o caso já vem sendo investigado por autoridades competentes e que a auditoria nos emails gera o risco de vazamento.

Em resposta ao recurso, os advogados que representam o Bradesco alegaram que "a Americanas foi palco para uma das maiores fraudes contábeis da iniciativa privada".

Após o anúncio de descoberta de "inconsistências contábeis" em seu balanço, a empresa pediu recuperação judicial para equacionar uma dívida de R$ 43 bilhões.

As buscas nos computadores dependiam ainda da definição de empresa responsável pela vistoria, já que as primeiras indicadas, EY e Deloitte, recusaram-se a aceitar a missão alegando conflito de interesses.

A EY disse à Justiça que já havia sido contratada pela Americanas para compor comitê independente de investigações sobre a crise. A Deloitte afirmou apenas que segue "diretrizes internas".

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