Descrição de chapéu BNDES indústria

Haddad pode esperar lealdade, mas não peça para deixar de dizer o que pensamos, afirma Mercadante

Petista disse nesta segunda-feira (20) que papel 'acanhado' do BNDES acabou

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Rio de Janeiro

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, prometeu nesta segunda-feira (20) "total lealdade e parceria" ao ministro Fernando Haddad (Fazenda) na discussão do novo marco fiscal.

Mercadante, contudo, disse que o banco não deixará de se manifestar sobre temas em debate no país. A fala ocorreu durante um seminário na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, que deve tratar de temas como política fiscal e monetária.

O evento ocorre no momento em que o Ministério da Fazenda acerta os detalhes finais da proposta da nova regra fiscal. O texto foi apresentado na semana passada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Mercadante discursa em cerimônia de posse no BNDES em fevereiro - Eduardo Anizelli - 6.fev.2023/Folhapress

"Estamos aguardando o novo arcabouço fiscal. O ministro Haddad pode esperar de mim e do banco total lealdade e parceria, ao contrário das especulações que são publicadas. Não estamos aqui por outra razão. Não tem expectativa de substituir ninguém, muito menos de competir", disse Mercadante.

"Agora, não nos peçam para deixar de dizer o que nós pensamos para ajudar o governo a acertar, a encontrar o melhor caminho, a buscar as melhores práticas. É para isso que estamos aqui", completou.

O evento foi batizado como "Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI". A realização do seminário havia sido anunciada por Mercadante em fevereiro. Segundo ele, um dos objetivos do encontro seria analisar experiências internacionais em áreas como política fiscal.

À época, a criação do seminário levantou debate sobre uma eventual concorrência do BNDES com o Ministério da Fazenda na discussão do novo arcabouço fiscal do país, que deve substituir o teto de gastos.

Na ocasião, Mercadante rechaçou essa competição e disse que a nova proposta caberia à pasta comandada por Haddad (PT).

Nesta segunda, o presidente do BNDES afirmou que o evento foi marcado para a segunda quinzena de março para alinhar a programação à agenda do economista Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia. Stiglitz é um dos convidados do seminário.

Mercadante negou que o encontro tenha sido agendado em razão da proximidade da reunião desta semana do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central). O BC tem sido alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Essas críticas foram motivadas pelo nível atual dos juros no país –a taxa Selic está em 13,75% ao ano. "Aquele banco acanhado do BNDES acabou. Ele vai debater, investir e impulsionar o crescimento do país", disse Mercadante.

A lista de presentes na plateia do seminário do BNDES incluiu economistas, empresários e políticos, como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan. O evento termina nesta terça (21).

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