A PwC e a KPMG estão ficando para trás das rivais EY e Deloitte na promoção de mulheres para conduzir auditorias de maior prestígio no cenário corporativo dos Estados Unidos, mostram novos dados.
As mulheres ainda representam apenas 20% dos principais sócios de engajamento em auditorias de empresas do índice S&P 500, conforme estudo publicado na terça-feira (7) pelo CFA Institute, órgão profissional da indústria de investimentos.
O número, cobrindo auditorias de 2021, representou uma melhora de 15% em relação a quatro anos antes, mas mostrou a necessidade de um progresso mais rápido em algumas empresas em particular, disse Sandy Peters, chefe de advocacia global do instituto.
"Metade dos que entram na profissão contábil são mulheres", escreveu Peters no estudo. "O problema nas quatro grandes empresas é o vazamento. Dentro de dez a 15 anos –o tempo que leva para se tornar um sócio–, a quase maioria das mulheres na contabilidade se transforma em minoria."
As mulheres realizam mais auditorias importantes em cada uma das empresas do que quatro anos antes, e o número de empresas do S&P 500 com sócias líderes femininas aumentou de 73 para 102 no total, descobriu o CFA Institute.
A Deloitte liderou as quatro grandes, com mulheres representando 27% de seus principais sócios de engajamento no S&P 500. Enquanto isso, a EY apresentou o maior aumento –de 13% em 2017 para 22% em 2021.
A KPMG permaneceu em quarto lugar, com 13% de seus sócios de engajamento do S&P 500. O ritmo de crescimento foi mais lento na PwC, que caiu para o terceiro lugar, com 19%.
A KPMG disse que tinha programas de orientação e desenvolvimento especificamente para ajudar as mulheres a progredir para liderar o engajamento, e o estudo do CFA Institute ignora seu progresso mais amplo.
"Essa métrica obscurece nosso progresso no avanço de mulheres na liderança em nossas empresas", afirmou. "Na auditoria, aumentamos o número de sócias em mais de 10% desde 2019, com mulheres ocupando mais de 30% dos cargos de liderança atualmente."
A PwC disse que está trabalhando para aumentar a diversidade de sócios que conduzem relacionamentos significativos com clientes, em auditorias e em outras áreas da empresa. "Embora não estejamos onde queríamos estar, estamos orgulhosos do progresso que fizemos", disse a empresa.
Peters, ex-sócia de auditoria da KPMG, disse que as quatro grandes empresas oferecem "um bom campo de treinamento" para futuros diretores financeiros, controladores e membros do comitê de auditoria de empresas, de modo que melhoras poderiam contribuir para o progresso do gênero na sala de reuniões.
"Os principais sócios de engajamento participam dos comitês de auditoria do conselho a cada trimestre e interagem com a alta administração", escreveu ela. "Se a diversidade na tomada de decisões é importante para os investidores na sala de reuniões, os auditores são apenas uma extensão desse interesse."
Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves
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