UFMT usa computadores para elevar produtividade no agro, com sustentabilidade

AgroSciences, da UFMT, foca em manejo do solo, plantio direto e integração lavoura, pecuária e floresta

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São Paulo

Em busca de um aumento quantitativo da produção rural, mas com sustentabilidade, professores e pesquisadores da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) estão colocando em prática um programa que usa modelagem computacional e sensoriamento em propriedades do estado para auxiliar o produtor na tomada de decisão.

Daniel Carneiro Abreu, à frente desse programa denominado AgriSciences, que teve início em 2016, inspirado em universidades norte-americanas, diz que toda pesquisa e tecnologia voltada para o campo tem de ter, em primeiro lugar, viabilidade econômica.

A ciência pode gerar essa evolução, além de fornecer meios para uma produção sustentável e com reconhecimento internacional do produto brasileiro.

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Com a oportunidade de oferecer conhecimento técnico, científico e extensão rural ao homem do campo, o Senar-MTé parceiro do AgriSciences (Programa Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Sustentabilidade Agropecuária) da UFMT - Assessoria de Imprensa - 13.mai.2022/Senar-MT

Os pesquisadores da UFMT buscam desenvolver unidades demonstrativas no campo que sejam multiplicadoras, engajem a comunidade e façam um intercâmbio de lideranças. O objetivo são a busca de soluções eficientes e resilientes e de propostas de mitigação de gases de efeito estufa.

Um dos projetos, o de Juara, noroeste de Mato Grosso, acompanha as produções de soja, milho, forrageiras, eucalipto e cana-de-açúcar. Já o de Lucas do Rio Verde, no médio norte do estado, está voltado para a produção de soja, milho, forrageiras, eucalipto, sorgo e espécies nativas.

Abreu diz que a modelagem computacional consiste na aplicação de modelos matemáticos aliados à ciência. Ela permite uma avaliação, simulação, análise, compreensão e estudo dos ecossistemas e de agroecossistemas.

Entre as diversas funções, os estudos podem indicar o melhor manejo para a correção do solo ou as espécies mais adaptadas ao ambiente que está sendo estudado.

Os pesquisadores conseguem avaliar, ainda, fenômenos e interações que podem apresentar a magnitude complexa em diferentes áreas de conhecimento, como agrárias, física, química, biológica, entre outras.
Já o modelo matemático é um conjunto de equações que representam o comportamento de um sistema, a exemplo do agrossistema, ou as representações matemáticas de mecanismos que reagem aos fenômenos naturais.

"Com a modelagem é possível integrar todas as áreas das ciências agrárias, como ciência do solo, fitotecnia, silvicultura, mecanização agrícola, produção animal e agrometeorologia", afirma Abreu.
O programa da UFMT foca muito em manejo e fertilidade do solo, plantio direto e integração lavoura, pecuária e floresta.

As pesquisas, além de parcerias com universidades estrangeiras e órgãos ligados à agropecuária, têm o respaldo econômico de bancos filantrópicos, recursos internacionais, entidades voltadas para o setor, como a Empaer-MT (Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural), Senar-MT (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Famato (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de MT), Aliança-Sipa (Sistemas Integrados de Produção Agropecuária) e dos próprios produtores, como as fazendas Santa Sofia e Bragança.

Abreu diz que quer construir uma relação orgânica e coesa com o campo. A parceria com universidades dos Estados Unidos, como as de Minnesota, Ohio, Maine, Texas, e da Escócia, como a de Edinburgh, eleva o potencial de conhecimento.

Otávio Celidonio, diretor-executivo do AgriHub, que faz parte da Famato, afirma que é essencial os pesquisadores das universidades se envolverem com o campo. Assim, conhecem os problemas e desenvolvem pesquisas específicas que vão trazer respostas eficientes, mesmo que no longo prazo. Para Abreu, a inovação deve visar também o valor agregado. A soja, por exemplo, gera riquezas, mas terá um limite. Se não vier industrialização, vamos ficar estagnados, afirma ele.

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