Venda da Aesop para L'Oréal, o pacote de Haddad para ampliar arrecadação e o que importa no mercado

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Natura fecha venda da Aesop para L'Oréal por US$ 2,5 bi

A Natura&Co assinou acordo para a venda da Aesop para a L'Oréal em um negócio que avaliou a marca australiana de produtos premium para pele e cabelo em US$ 2,53 bilhões (R$ 12,7 bilhões), disseram as empresas nesta segunda (3).

  • A expectativa é que o negócio, que está sujeito a aprovações regulatórias, seja fechado no terceiro trimestre deste ano.

Relembre: a Natura informou ao mercado em outubro que avaliava vender uma participação minoritária na Aesop e que seu conselho de administração também estudava um possível IPO (oferta inicial de ações) ou cisão da marca.

  • Como o cenário no mercado anda negativo para ofertas públicas, a solução foi vender a companhia para o grupo francês.

A estratégia de venda da Aesop segue a linha priorizada por Fábio Barbosa, ex-Santander, que assumiu a presidência da Natura em junho de 2022 com a promessa de trazer a empresa de volta ao foco do negócio.

  • Na visão de consultores e analistas de mercado, a companhia ficou grande demais depois de aquisições.

Em comunicado, a Natura afirma que a transação permitirá que ela foque na integração com a América Latina, considerada uma prioridade estratégica, e na otimização geográfica da Avon Internacional.


Novo avanço nas negociações

O trio de bilionários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, acionistas de referência da Americanas, acenou com um aporte de R$ 12 bilhões na varejista, num sinal de avanço na negociação com os bancos credores.

  • A proposta foi divulgada em fato relevante da empresa nesta segunda, em que ela também afirma que não houve, até o momento, acordo com relação aos termos apresentados.

Em números: dos R$ 12 bilhões, R$ 10 bilhões viriam no curto prazo. Nesse montante já contam os R$ 2 bilhões que foram aportados por meio do empréstimo DIP, usado apenas em recuperações judiciais.

  • Os R$ 2 bilhões adicionais –que não constavam no plano de recuperação judicial entregue há duas semanas– poderão ser acionados "acima de determinados limites máximos de alavancagem ou abaixo de um nível mínimo de liquidez, ambos a serem detalhados oportunamente", afirmou a companhia.

Por que importa: o valor sinalizado pelo trio de bilionários representa um avanço significativo em relação à primeira oferta feita logo após o escândalo ter estourado, de R$ 6 bilhões, patamar que irritou os bancos credores.

  • A repórter Daniele Madureira apurou junto a interlocutores das negociações que, após a oferta atual, ainda não se pode falar em "consenso". Mas a varejista parece estar reconquistando, aos poucos, a confiança das instituições financeiras.

Um banco que segue brigando na Justiça com a companhia é o Bradesco.


As expectativas de Haddad para arrecadação

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) deu mais detalhes nesta segunda (3) sobre a expectativa do ministério em arrecadar até R$ 150 bilhões para conseguir atingir as metas previstas na proposta de novo arcabouço fiscal.

A maior parte desse pacote viria da alteração de cobrança da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). O ministro também citou a taxação de apostas esportivas e a tributação de plataformas de varejo internacionais que driblam as regras da Receita Federal.

Em números:

  • Taxação de apostas: Haddad disse que a Receita prevê arrecadar de R$ 12 bilhões a R$ 15 bilhões com a medida, quase o dobro do estimado anteriormente. Segundo a Reuters, o governo deve exigir uma outorga para as empresas operarem.
  • Compras internacionais: o governo deve ampliar a fiscalização sobre os pacotes, que, segundo empresários brasileiros, vêm subfaturados ou como transferências entre pessoas físicas para escaparem do imposto. A expectativa de arrecadação é de até R$ 8 bilhões.
  • CSLL: o objetivo é arrecadar de R$ 85 bilhões a R$ 90 bilhões ao restringir que empresas equiparem gastos com custeio como investimento –este último possibilita o abatimento do imposto federal.

O texto da MP (medida provisória) que trata do pacote de arrecadação deve ser encaminhado ao Congresso junto com o projeto de lei complementar do novo arcabouço fiscal.


Twitter vira rede do doge

Elon Musk achou que seria engraçado mudar o logo do Twitter e tirou nesta segunda (3) o clássico pássaro de cor azul para colocar o doge, meme popular que representa um cachorro da raça Shiba Inu.

  • Assim que o símbolo do cão foi alçado ao topo da página da rede social, a criptomoeda Dogecoin, que nasceu em 2013 como uma piada, disparou.
  • Na noite desta terça, ela registrava alta de 20% no intervalo de um dia, mas ainda acumula queda de cerca de 40% em relação à maxima de maio de 2021.

A Dogecoin tem sido uma das taras de Musk nos últimos anos. Seus tuítes sobre a cripto costumam movimentar com força as cotações, como aconteceu quando ele disse que ela era a "cripto do povo".

As piadas também trouxeram problemas para o bilionário na Justiça. Um investidor acusa o empresário e suas empresas Tesla e SpaceX de criarem um esquema de pirâmide com o criptoativo e pede US$ 258 bilhões como indenização.

  • A Tesla e a SpaceX foram citadas porque a montadora chegou a aceitar dogecoin como pagamento e a startup deu o nome da cripto a um de seus satélites.
  • Não é a primeira vez que ele é acionado na Justiça por causa de um tuíte. Musk teve que depor recentemente sobre ter indicado em publicações de 2018 que fecharia o capital da Tesla. Ele ganhou o processo.

Mais sobre a rede social e seu proprietário

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