A Bolsa brasileira fechou a semana em alta apoiada por dados da atividade econômica brasileira e otimismo sobre a aprovação do novo arcabouço fiscal no Congresso. Já o dólar começou a sessão caindo, mas passou a subir e encerrou o dia com ganhos após uma semana de queda.

O Ibovespa fechou em alta de 0,57% nesta sexta, a 110.744,51 pontos, com ganho de 2,1% na semana.

Já o dólar encerrou a sessão com alta de 0,58%, a R$ 4,996 subindo 1,5% desde a última sexta (12).

O Banco Central (BC) divulgou nesta sexta que o IBC-Br, seu índice de atividade econômica, recuou 0,15% em março em relação ao mês anterior, mas fechou o primeiro trimestre trimestre com avanço de 2,41% na comparação com os três meses anteriores.

Operadores também continuam acompanhando a tramitação do novo arcabouço fiscal no Congresso, esperando que sua aprovação diminua a percepção de risco no país.

Com isso, a Bolsa brasileira fechou a semana acima dos 110 mil pontos, impulsionada especialmente por altas de ações do Bradesco (1,94%) e do Banco do Brasil (2,42%), que estiveram entre as mais negociadas da sessão.

A Eletrobras foi um dos destaques positivos do dia, registrando alta de 3,29% em suas ações ordinárias e de 2,61% nas preferenciais.

As ações ordinárias da Petrobras também tiveram leve ganho, subindo 0,13%. As preferenciais, porém, caíram 0,19%, pressionando o Ibovespa, em dia de baixa do petróleo.

O índice também foi puxado para baixo por quedas da Vale (1,25%), afetada pela queda nos contratos futuros do minério de ferro, e do Itaú (0,81%), após o Morgan Stanley ter cortado a recomendação de seus papéis.

Dados da B3 também mostram que o fluxo de capital externo voltou a ficar positivo, com as entradas superando as saídas em R$ 369,4 milhões em maio até o dia 17, conforme dados que excluem recursos relacionados a ofertas de ações. Até o dia 16, o saldo estava negativo em R$ 378,1 milhões.

Ainda nesta sexta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a afirmar que há espaço para um corte de juros no Brasil e que debater os rumos da política monetária não significa uma afronta às decisões do BC.

"Nós temos que compreender que discutir a política monetária não é afrontar a autoridade monetária. Muito pelo contrário", afirmou Haddad durante evento promovido pelo BC.

Os mercados futuros tiveram leve queda. Os contratos de juros com vencimento em janeiro de 2024 foram de 13,31% para 13,28%, enquanto os para 2025 saíram de 11,69% para 11,66%. Os para 2026 caíram de 11,21% para 11,20%.

Já o dólar se recupera após ter registrado queda na última semana. Contribuíram para a alta da moeda americana ao longo da semana o otimismo sobre um acordo para o teto da dívida dos Estados Unidos e especulações sobre um possível novo aumento de juros no país.

Nesta sexta, porém, as negociações sobre o limite da dívida americana foram interrompidas, o que trouxe novo temor ao mercado. Além disso, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse em pronunciamento que ainda não está claro se a taxa básica de juros dos Estados Unidos precisará subir ainda mais.

"Enfrentamos incertezas sobre os efeitos defasados de nosso aperto monetário até agora e sobre a extensão do aperto de crédito devido aos recentes estresses bancários. Hoje, nossa orientação se limita a identificar os fatores que monitoramos enquanto avaliamos até que ponto o endurecimento adicional da política monetária pode ser apropriado para retornar a inflação para 2%", disse Powell;

Segundo Bruno Perottoni, diretor de tesouraria do Braza Bank, comentários do presidente do Fed ajudaram a sustentar o humor do mercado global, principalmente depois de ele sugerir que o juro básico norte-americano talvez não precise avançar tanto quanto se pensava.

Nesse cenário, os principais índices americanos fecharam em baixa, apesar de terem começado o dia subindo. O Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq tiveram queda de 0,33%, 0,14% e 0,24%, respectivamente.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante outras moedas fortes, teve queda de 0,37%

(Com Reuters)