A China ordenou que a Tesla, a principal fabricante de veículos elétricos do planeta, faça o recall de 1,1 milhão de veículos, mencionando um problema com os sistemas de aceleração e frenagem de determinados modelos fabricados na China e no exterior.
A autoridade regulatória do mercado chinês anunciou a decisão após realizar uma investigação sobre um defeito relatado, de acordo com um comunicado divulgado na sexta-feira. Os veículos convocados para recall incluem alguns carros importados Model S, Model X e Model 3, bem como veículos Model 3 e Model Y fabricados na China entre 12 de janeiro de 2019 e 24 de abril de 2023.
O problema envolve o sistema de freio regenerativo dos veículos, que gera eletricidade com base no movimento do carro quando o motorista tira o pé do acelerador. A Administração Estatal para Regulamentação do Mercado, a agência regulatória chinesa, anunciou em um comunicado que os carros podem não emitir um aviso quando o motorista pressiona o acelerador com força por um longo período.
O defeito pode levar a um aumento do risco de colisões, segundo o comunicado.
A Tesla disse que consertaria os veículos com uma atualização de software enviada sem fio aos veículos, segundo o comunicado da autoridade regulatória.
Esse é o segundo recall da Tesla na China nos últimos meses. Em março, a Tesla fez o recall de 2.649 veículos fabricados entre outubro de 2015 e agosto de 2020, depois que as autoridades regulatórias da China disseram que os capôs de certos veículos Model S importados corriam o risco de abrir quando os veículos estavam em operação, aumentando o risco de colisões.
A China é um mercado significativo para a Tesla, e a receita da montadora no país aumentou para US$ 18,2 bilhões no ano passado, de US$ 13,8 bilhões em 2021. Os recalls começarão em 29 de maio, e a Tesla notificará os proprietários dos carros envolvidos por correio ou mensagem de texto. As autoridades regulatórias da China não informaram quantos dos Teslas a serem recolhidos eram veículos importados.
A Tesla também enfrentou problemas com as autoridades regulatórias dos Estados Unidos. Em fevereiro, a montadora fez o recall de mais de 362 mil carros equipados com o sistema de assistência ao motorista Full Self Driving, depois que a Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário americana constatou que ele aumentava o risco de acidentes.
O sistema de assistência ao motorista, que pode dirigir, acelerar, frear e mudar o veículo de faixa por conta própria, permitia que os veículos viajassem acima dos limites legais de velocidade e atravessassem cruzamentos "de maneira ilegal ou imprevisível", disse a agência em documentos publicados em seu site. A Tesla declarou não ter conhecimento de nenhuma morte ou ferimento causado por falhas identificadas pela agência.
Em janeiro, a Tesla divulgou em um documento encaminhado às autoridades regulatórias que o Departamento de Justiça havia solicitado documentação relacionada ao software de direção autônoma da empresa, o que representa um possível revés para o presidente-executivo Elon Musk. Enquanto as autoridades regulatórias investigam a segurança dessa tecnologia, alguns proprietários de veículos Tesla abriram processos judiciais nos quais afirmam que software de direção autônoma da Tesla não cumpre as promessas de Musk.
Tradução de Paulo Migliacci
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