Deputado apresenta e depois retira 16 requerimentos para levar bancos à CPI da Americanas

Pedido era para que credores explicassem se fizeram auditoria para verificar inconsistências da empresa; Júnior Mano (PL-CE) diz ter avaliado ser melhor, nesse momento, ouvir só representantes

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Brasília

O deputado federal Júnior Mano (PL-CE) apresentou e retirou, momentos antes da votação, 16 requerimentos para levar à CPI da Americanas presidentes de diversos bancos nacionais e estrangeiros que seriam credores da empresa.

O argumento apresentado pelo deputado —que é 1º vice-presidente da CPI— nos requerimentos de convite retirados nesta terça-feira (30) era a necessidade de esclarecimentos sobre os valores referentes a cada instituição, condições dos empréstimos e "se houve algum tipo de auditoria ou análise contábil para verificar as inconsistências contábeis" na Americanas.

Deputado discursa
O deputado Júnior Mano (PL-CE), vice-presidente da CPI das Americanas - @juniormanodep no Instagram

Entre os presidentes de bancos objeto dos requerimentos de Mano estavam os principais do Brasil (Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e Caixa), além do Deutsche Bank (Alemanha) e J.P. Morgan (Estados Unidos).

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, também era um dos convidados, mas o banco enviou nota à CPI dizendo que não está mais na lista de credores da rede.

Por meio de nota, Júnior Mano afirmou que retirou os requerimentos por avaliar que o momento é mais adequado para a aprovação do requerimento de convite apenas de representantes de alguns dos bancos.

"Acreditamos que o momento é de concentrar os esforços em informações mais relevantes sobre a situação financeira da empresa e as relações com os bancos, como documentos sigilosos e trocas de e-mails entre as instituições financeiras e o Grupo Americanas, além de buscar informações sobre as condições dos financiamentos", acrescentou.

Entre os requerimentos aprovados nesta terça pela CPI está um dos deputados Domingos Neto (PSD-CE) e Diego Coronel (PSD-BA) para que representantes de Bradesco, BTG Pactual, Itaú, Santander, Deutsche Bank Trust Company Americas, Banco do Brasil, Banco Safra e Caixa Econômica Federal esclareçam "a situação real dos passivos da companhia".

Na sessão desta terça, alguns parlamentares fizeram discursos inflamados afirmando não haver "blindagem" a quem quer que seja pela CPI.

João Carlos Bacelar (PL-BA), por exemplo, afirmou ter sido procurado por cinco jornalistas que teriam lhe questionado sobre eventuais pressões para haver blindagem na comissão.

A CPI que analisa o escândalo contábil da Americanas foi instalada em 17 de maio. A recuperação judicial da companhia foi aprovada em janeiro deste ano depois de a empresa revelar ter encontrado inconsistências de mais de R$ 20 bilhões em seu balanço.

A CPI também aprovou nesta terça convites para ouvir, entre outros, representes de fornecedores afetados, os sócios da PwC e da KPMG, multinacionais que faziam a auditoria do balanço da empresa, e o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento.

A ideia da CPI é ouvir os empresários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, acionistas de referência da Americanas, apenas na etapa final dos trabalhos.

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