Hurb demite 40% dos funcionários após governo suspender venda de pacotes flexíveis

Empresa não confirma número e diz respeitar legislação trabalhista

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São Paulo

O Hurb demitiu, nesta terça-feira (30), 40% dos funcionários, de acordo com empregados da empresa. O corte atingiu 400 pessoas, de um total de mil pessoas, um dia após a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), vinculada ao Ministério da Justiça, determinar que a plataforma de viagens suspendesse a venda de pacotes flexíveis.

Recepcionistas, supervisores de experiência do cliente e gerentes de operações sofreram com a redução do quadro de funcionários, de acordo com publicações no LinkedIn.

As demissões afetam todas as áreas e visam garantir a continuidade dos negócios da plataforma de viagens, segundo comunicado do Hurb enviado à Folha.

Nas últimas semanas, alguns hotéis e pousadas suspenderam reservas de hospedagens feitas pela plataforma após atrasos ou falta de pagamentos por parte do Hurb. Imagem mostra mão segurando smartphone com logo do Hurb na tela. Atrás, há um banner do Hurb.
Nas últimas semanas, hotéis e pousadas suspenderam reservas de hospedagens feitas pela plataforma após atrasos ou falta de pagamentos por parte do Hurb - Luis Lima Jr/Fotoarena/Agência O Globo

O Hurb afirmou que não vai divulgar detalhes da redução na folha de pagamentos, como o número de desligados, em respeito às pessoas. "Prestamos todo o apoio aos profissionais afetados, respeitando sempre a legislação trabalhista."

Os pacotes flexíveis, em que clientes determinam apenas destino, sem definição da data de viagem, são a principal fonte de receita do Hurb. A empresa passa por uma crise de imagem por causa de relatos de falta de pagamento para hotéis e pousadas que receberiam os compradores dos pacotes flexíveis.

A plataforma de viagens se reuniu com a Senacon no último dia 12 e se comprometeu a adotar medidas para garantir o respeito ao consumidor, mas o secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, afirmou que o Hurb não conseguiu esclarecer como faria isso.

A suspensão visa prevenir prejuízos aos consumidores, segundo Damous.

A empresa apresentou, no último dia 22, um plano de reestruturação considerado insuficiente pela Senacon. Na ocasião da entrega do documento, o atual CEO da empresa, Otávio Brissan, afirmou em nota enviada à imprensa que os clientes que adquiriam pacotes com a companhia iriam viajar, sem estabelecer prazos.

O Hurb também tinha até dia 22 para responder a todas as queixas registradas na plataforma Reclame Aqui, o que foi feito, de acordo com a empresa.

O site do Hurb ainda oferta pacotes flexíveis nesta terça. Em nota enviada à Folha na segunda, a plataforma de viagens disse à reportagem que não foi notificada pela secretaria e que, por questões legais, não comenta o processo.

A decisão da Senacon não afeta a venda de pacotes com data definida.

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