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No G7, ministros das finanças alertam para incerteza na economia global

Autoridades dizem que lacunas regulatórias no sistema bancário precisam ser abordadas

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Kana Inagaki
Niigata (Japão) | Financial Times

Os ministros das finanças do G7 alertaram para a "crescente incerteza" que cerca a economia global e a necessidade de abordar as lacunas regulatórias no sistema bancário após a turbulência no setor financeiro.

"A economia global mostrou resiliência contra choques múltiplos", disseram os ministros das finanças das economias mais avançadas do mundo, em seu comunicado final após uma reunião ministerial de três dias no Japão, no sábado (13).

Ministros das finanças participam de reunião do G7 em Niigata, no Japão
Ministros das finanças participam de reunião do G7 em Niigata, no Japão - Issei Kato - 13.mai.2023 / AFP

"No entanto, precisamos permanecer vigilantes, ágeis e flexíveis em nossa política macroeconômica em meio à crescente incerteza sobre as perspectivas econômicas globais", destacam.

Os ministros também observaram a necessidade de preencher "lacunas de dados, supervisão e regulamentação" no sistema bancário que vieram à tona após os colapsos em março do SVB (Silicon Valley Bank) e do Signature Bank e a falência do First Republic nas últimas semanas.

Os Estados Unidos e seus parceiros do G7 assumiram como prioridade nos últimos meses remover as lacunas nas sanções e combater a evasão, já que, mais de um ano após a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, diminui o apetite por restrições a novos setores da economia russa.

Diante desse cenário, os ministros das finanças também concordaram em reforçar o compartilhamento de informações sobre possíveis desvios das sanções e monitorar a eficácia dos limites de preço do petróleo bruto e dos produtos petrolíferos russos. "Continuamos comprometidos a combater qualquer tentativa de evadir e minar nossas medidas de sanção", disse o comunicado.

Ajuda à Ucrânia

O G7 se comprometeu a fornecer apoio econômico de US$ 44 bilhões à Ucrânia, permitindo a aprovação do FMI para um programa de empréstimos de quatro anos no valor de US$ 15,6 bilhões.

"Foi uma grande conquista para nós que o G7 tenha conseguido fortalecer sua união, em vez de seguir caminhos separados para enfrentar grandes desafios internacionais", disse Shunichi Suzuki, ministro das finanças do Japão, no sábado.

De acordo com pessoas informadas sobre as discussões, Bruxelas também está discutindo restrições a certas exportações da UE para países suspeitos de estarem reexportando produtos sancionados para a Rússia, para evitar que componentes críticos acabem no campo de batalha ucraniano.

Antes da reunião dos ministros, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, havia pedido uma "ação coordenada" das nações do G7 contra o uso de coerção econômica por parte de Pequim. O G7 concordou em lançar uma estrutura para a colaboração da cadeia de suprimentos em energia limpa até o final do ano, mas o documento de 14 páginas não continha referência às preocupações de segurança econômica relacionadas à China.

Yellen fez os comentários enquanto Washington finalizava um novo mecanismo de triagem de investimentos externos voltado para a China.

Um alto funcionário do Ministério das Finanças do Japão reconheceu que a questão da coerção econômica foi levantada durante a reunião, mas se recusou a comentar detalhes e se a China foi mencionada nessas discussões.

Após os comentários de Yellen, o Ministério das Relações Exteriores da China disse na sexta-feira (12) que foi "vítima da coerção econômica dos EUA", citando os amplos controles de exportação que Washington lançou em outubro, que complicariam severamente as tentativas de empresas chinesas desenvolverem tecnologias de ponta com aplicações militares.

"Se algum país deve ser criticado por coerção econômica, deve ser os Estados Unidos. Os EUA têm ampliado demais o conceito de segurança nacional, abusando do controle de exportações e tomando medidas discriminatórias e injustas contra empresas estrangeiras. Isso viola seriamente os princípios da economia de mercado e da concorrência leal", disse o porta-voz da China, Wang Wenbin.

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