Trabuco pede paciência a críticos da política fiscal e diz que Brasil não pode ser refém de dogmas

Presidente do conselho do Bradesco falou na abertura do conselho econômico do governo Lula

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Brasília

O presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, afirmou nesta quinta-feira (4) que o país não pode aguardar condições "ótimas" para adotar medidas econômicas e criticou economistas que se prendem a preconceitos na política fiscal.

"Apelamos por uma visão flexível, pedimos paciência para os críticos e observadores em relação às nossas políticas fiscal e monetária", afirmou.

O presidente Lula, o presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e o vice-presidente Geraldo Alckmin durante a instalação do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável - Gabriela Biló/Folhapress

Trabuco afirmou que o custo de capital do Brasil é "elevadíssimo" e tem dificultado a atuação da indústria, do comércio e do agronegócio. Também disse que o novo arcabouço fiscal sinaliza equilíbrio das contas públicas.

"Peço aqui uma reflexão, meus caros colegas conselheiros: não se trata de esperar pelas condições macroeconômicas ótimas, ideais para ponto de partida. Nós não podemos ser reféns de dogmas, como mostra o histórico de superação das crises que o século 21 teve, crise de 2008, a pandemia, a guerra. Não podemos ficar presos a dogmas acreditando naquilo que o livro possa ditar", disse.

A declaração foi dada no evento de instalação do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável do governo federal. Ele falou antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usar a palavra.

A ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira Teresa Vendramini também discursou e falou sobre o agronegócio brasileiro. Ela não mencionou diretamente as invasões protagonizadas pelo MST (Movimento do Trabalhadores Rurais Sem-Terra) nas últimas semanas, mas mandou um recado ao movimento.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fala durante sessão inaugural do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, no Itamaraty - Gabriela Biló/Folhapress

"Minha pauta número um, e eu falo sinceramente em nome de 100% dos produtores rurais, hoje se chama segurança jurídica, direito à propriedade privada e livre iniciativa, é isso que precisamos", disse.

Ayla Ferreira, da direção nacional do MST, também integra o conselho, mas não discursou no evento.

Lula recriou o grupo que ficou conhecido nos governos anteriores do PT como conselhão. O colegiado reúne os diferentes setores da sociedade e visa auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas pelo Executivo.

O conselho tem 246 integrantes. Entre eles, os banqueiros Trabuco e Neca Setúbal, influencers, como Felipe Neto, empresários, como Rubens Ometto, Abílio Diniz e Luiza Helena Trajano, represetantes de grandes associações, como José Roberto Tadros, da Confederação Nacional do Comércio.

Outras pessoas conhecidas, como Bela Gil e Nath Finanças, também fazem parte do conselho, assim como o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim.

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