Governador do Rio diz esperar resolver situação do Galeão na semana do dia 12

Claudio Castro defende que Santos Dumont tenha voos apenas para SP e Brasília

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou nesta quinta-feira (1º) esperar obter uma solução definitiva para a questão de como ficará a gestão do aeroporto do Galeão na semana do dia 12 de junho.

A operadora do aeroporto, a Changi, pediu ao governo, em 10 de maio, mais prazo para decidir se mantém interesse na concessão, que vem enfrentando dificuldades com a queda no número de passageiros.

Área internacional do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli - 11.jul.22/Folhapress

"Já demos muito tempo para a Changi dar a decisão final", afirmou, em evento sobre o setor elétrico no Rio. "Chegou a hora de agir de tomar uma decisão. Não podemos ficar reféns deles."

O estado, porém, não tem ingerência sobre a concessão, que é do Ministério dos Portos e Aeroportos. Mas Castro vem se articulando com o governo federal para tentar encontrar uma solução, em parceria com a prefeitura do Rio.

As autoridades fluminenses tentam transferir para o Galeão parte do tráfego hoje no aeroporto Santos Dumont, alegando que o primeiro precisa de mais conexões nacionais para atrair voos internacionais.

Em 2022, o Galeão recebeu menos de 6 milhões de passageiros, enquanto o Santos Dumont teve mais de 10 milhões. O governo já se comprometeu a reduzir esse número.

No começo desta semana, o ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, afirmou que o governo federal pretende reduzir o fluxo de passageiros no Santos Dumont para aproximadamente 8,5 milhões em 2024, como tentativa de impulsionar o aeroporto internacional.

Castro propõe que o Santos Dumont fique apenas com voos para São Paulo e Brasília. Todos os outros destinos, defende, deveriam ser transferidos ao aeroporto internacional.

Ele afirmou não ter preferência pela solução para o Galeão, que poderia também voltar a ser operado pela Infraero em caso de desistência da Changi.

"Não estamos aqui para defender ninguém", disse. "Queremos que resolvam, seja com Infraero ou Changi, não temos predileção." Ele frisou, porém, que a saída de uma empresa internacional poderia arranhar a imagem do estado.

Em fevereiro de 2022, a RIOgaleão, controlada pela Changi, anunciou a intenção de devolver o controle do aeroporto. A empresa associou a medida a dificuldades econômicas agravadas pela pandemia.

A Changi assinou, em novembro, um termo aditivo para dar andamento à devolução. À época, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) indicou que, ao assinar o documento, a concessionária declararia "adesão irrevogável e irretratável à relicitação".

Com a troca de governo, o debate ganhou novos contornos. Em janeiro, França sinalizou interesse da gestão Lula e da própria empresa em costurar um acordo para a permanência da atual concessionária. A construção desse acerto é vista com ressalvas no meio jurídico. O caso também está em análise no TCU (Tribunal de Contas da União).

A concessão do Galeão, feita em 2013, está prevista para terminar em 2039.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.