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Petrobras paga R$ 12,1 bilhões em dividendos nesta sexta-feira

Terão direito investidores que tinham ações em 27 de abril; valor será de R$ 0,9269 por ação

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São Paulo

A Petrobras paga, nesta sexta-feira (16), a segunda parcela dos dividendos de 2022, no valor total de aproximadamente R$ 12,1 bilhões.

O valor será corrigido pela taxa Selic de 31 de dezembro de 2022 a 16 de junho de 2023 e os acionistas receberão R$ 0,92692932 por ação. Terão direito os investidores que tinham ações da Petrobras no dia 27 de abril de 2023.

Sobre o valor correspondente à atualização monetária, incidirá Imposto de Renda com a alíquota de 22,5%.

Para os detentores de ADRs (American Depositary Receipts) negociados na Nyse (Bolsa de Valores de Nova York), o pagamento ocorrerá a partir do dia 23 de junho.

Segundo a empresa, os dividendos não reclamados no prazo de três anos, a contar da data de início do pagamento, prescreverão e voltarão para a empresa.

Logo da Petrobras na fachada da sede da empresa no Rio de Janeiro
Logo da Petrobras na fachada da sede da empresa no Rio de Janeiro - Sergio Moraes - 16.out.2019/Reuters

No último dia 11 de maio, quando informou ter registrado lucro líquido de R$ 38,1 bilhões no primeiro trimestre, a Petrobras também anunciou que irá pagar R$ 1,89 por ação em dividendos como antecipação relativa ao exercício de 2023. O montante corresponde a um volume total de R$ 24,7 bilhões, segundo cálculos da plataforma TradeMap.

O pagamento dos dividendos por ação deste lote será feito em duas parcelas de R$ 0,94 cada, nos dias 18 de agosto e 20 de setembro. Terão direito os acionistas com ações da empresa no dia 12 de junho.

Em um momento no qual o mercado tem se questionado sobre o futuro da política de dividendos da Petrobras sob o governo Lula, o valor dos dividendos veio acima do esperado pelo mercado.

Analistas da Ativa Investimentos projetavam dividendos de R$ 16,4 bilhões, ou R$ 1,26 por ação. O anúncio fez as ações ordinárias e preferenciais da empresa fecharem em forte alta na Bolsa na ocasião, com ganhos entre 2% e 3%.

"Com relação à remuneração aos acionistas aprovada, o montante está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas vigente, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos)", diz a Petrobras em seu fato relevante, que informa também que a aprovação do pagamento é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia.

Empresa pode reduzir dividendos nos próximos trimestres

No documento, a empresa diz ainda que o conselho de administração determinou que a diretoria executiva elabore proposta de ajuste do planejamento estratégico em curso e aperfeiçoamento da política de remuneração aos acionistas, incluindo a possibilidade de recompra de ações, e submeta o tema para deliberação antes do encerramento do mês de julho de 2023.

Os estudos para a elaboração de uma nova política de dividendos da Petrobras vão considerar que a companhia deve ter remuneração compatível com outras grandes petroleiras globais, disse o diretor financeiro da companhia, Sergio Caetano Leite.

Em 2022, a estatal foi a segunda maior pagadora de dividendos do mundo, de acordo com a gestora de recursos Janus Henderson, e tornou-se alvo até do então presidente Jair Bolsonaro (PL) pela elevada remuneração em tempos de recordes nos preços dos combustíveis.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu com a promessa de alterar esse cenário, que reflete uma política de remuneração aos acionistas implantada na gestão Roberto Castello Branco, o primeiro presidente da Petrobras sob Bolsonaro.

Analistas de mercado dizem que ainda não é possível cravar qual será a nova política de distribuição de dividendos da empresa, mas que as sinalizações do governo indicam alguma redução no pagamento.

"Se por um lado acreditamos que o anúncio dos dividendos foi muito positiva, por outro, a nota deixou claro que a remuneração de acionistas poderá se estabelecer de outras maneiras que não via distribuição de proventos", dizem os analistas da Genial Investimentos.

Eles avaliam que uma eventual recompra de ações, como sugerido pela empresa no documento, pode drenar parte dos recursos até então destinados ao pagamento de dividendos. "Esse posicionamento pode mais do que compensar a boa notícia relacionada ao pagamento de dividendos referentes as primeiro trimestre ao longo dos próximos pregões."

O analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, diz que a empresa pode optar por uma política de remuneração "mais tímida", com o pagamento dentro do mínimo permitido de 25% do lucro.

O analista da Ativa diz que segue vendo as ações pressionadas pelo fator político, em função da provável alteração das políticas de dividendos, bem como pela disposição em aumentar os investimentos em segmentos onde não têm vantagens comparativas, como no refino e geração renovável.

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