Descrição de chapéu Itaú

Sobrevive não o mais forte, mas quem melhor se adapta, diz presidente do conselho do Itaú

'Vejo o Itaú Unibanco sobressaindo em relação à nossa concorrência tradicional', afirma Roberto Setubal

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São Paulo

Em um cenário de aumento da concorrência no setor bancário com o crescimento das fintechs, conseguirão sobressair aquelas empresas que melhor se adaptarem ao novo ambiente, diz Roberto Setubal, co-presidente do conselho de administração do Itaú.

"O [Charles] Darwin, quando fez a teoria da evolução, ele não disse que o mais forte é quem sobrevive, é quem mais sabe se adaptar a cada momento", afirmou, durante evento realizado pelo banco nesta quinta-feira (15).

O executivo destacou que o mercado financeiro está passando por uma grande transformação trazida pelo avanço da tecnologia, e que o banco tem acompanhado de perto os desafios e as oportunidades que vêm na esteira do novo cenário.

"A gente tem olhado a fundo essa nova concorrência, para que possamos também evoluir", afirmou Setubal. "Estamos no caminho correto, na direção correta. Vejo o Itaú Unibanco sobressaindo em relação à nossa concorrência tradicional."

Roberto Setubal, co-presidente do conselho de administração do Itaú, durante participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça
Roberto Setubal, co-presidente do conselho de administração do Itaú, durante participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça - Ruben Sprich - 24.jan.2015/Reuters

Pedro Moreira Salles, também co-presidente do conselho do Itaú, acrescentou que, frente à busca por ganhos de eficiência, cerca de 50% das operações do banco já estão na nuvem.

"Como não irá tudo [para a nuvem], 70% do caminho da modernização já está feito. Isso nos dá uma enorme agilidade, e uma capacidade de resposta e de competir muito maior", afirmou Salles.

A transformação digital, disse o executivo, explica boa parte da capacidade do banco de se destacar em relação aos pares.

No primeiro trimestre, o Itaú reportou lucro de R$ 8,4 bilhões, crescimento de 14,6% em bases anuais e o maior resultado na comparação com os concorrentes privados.

"Se você é o incumbente, líder do mercado, você é o alvo, e todo mundo que entra joga pedra no que é grande. Você vai ficando com aquela cara de que representa o passado e não o futuro, o que não é verdade", afirmou Salles.

Setubal reconheceu ainda que, há cerca de 2 a 3 anos, estava "muito mais preocupado" com o ambiente competitivo, por ter a consciência de que o mercado estava em transformação, mas sem que houvesse à época uma clara estratégia traçada pelo banco para enfrentar os desafios que se desenhavam à frente. "Já passamos o rubicão, já estamos do outro lado, já sabemos o que fazer e não tenho dúvida nenhuma que vamos chegar lá e rápido", disse o executivo.

"Estamos entrando em uma nova etapa de transformação tecnológica, que é a inteligência artificial. E eu acho que estamos bastante bem preparados, com bastante vontade, de abraçar essa nova oportunidade", acrescentou Setubal.

Itaú não deve alterar política de dividendos no curto prazo, diz presidente do banco

CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho afirmou durante o evento que não há neste momento a perspectiva de alteração na política de dividendos do banco. Hoje o banco faz o pagamento do mínimo previsto na legislação de mercado, que é pagar 25% do lucro em proventos aos acionistas.

Segundo o executivo, em meados de 2020, após o início da pandemia, o banco teve de aumentar os colchões de liquidez para lidar com imprevistos, e, desde então, vem trabalhando na recomposição do capital. Ao final de março, o índice de capital do Itaú era de 13,5%.

"Estamos com patamares acima do nosso apetite, mas ainda têm alguns desafios pela frente", afirmou Maluhi Filho. Ele citou incertezas de caráter macroeconômico, como o aumento da inadimplência, bem como regulatórias, com mudanças em estudo pelo BC (Banco Central) sobre a exigência de capital mínimo que os bancos necessitam para operar no mercado.

"Se continuarmos crescendo o capital de forma consistente e entregando resultados também de forma consistente, certamente vamos discutir, tão logo seja possível, se há alguma revisão para ser feita na política [de dividendos]", disse o CEO do Itaú.

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