Bard chega ao Brasil, governo recua de taxa para internet e o que importa no mercado

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São Paulo

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Bard enfim chega ao Brasil

Cinco meses depois de ter sido anunciado e dois meses após ser lançado em 180 países, o Bard, chatbot do Google, enfim chegou a dois grandes mercados que faltavam: Brasil e União Europeia (UE).

Além do português, a ferramenta estará disponível em 40 idiomas, incluindo espanhol, alemão e chinês —antes, havia respostas apenas em inglês, coreano e japonês. É preciso apenas fazer login com a conta do Google para começar a usar.

Por que demorou? A empresa disse que teve a ver com o tempo necessário para traduzir e ajustar o robô para outras línguas.

  • O Brasil e a UE, porém, têm em comum o fato de travarem embates com as big techs em temas regulatórios.

O lançamento da Bard no bloco estava sendo represado até agora pelos reguladores locais de privacidade, mas o Google disse que se reuniu com autoridades para tranquilizá-las sobre questões relacionadas à transparência, escolha e controle.

Mão segura um smartphone. A tela mostra uma conversa com Bard, a IA geradora de texto lançada pelo Google para competir com o ChatGPT. Ao fundo, está um logo da empresa.
Google disponibilizou no Brasil sua própria IA geradora de texto, o Bard - Getty Images


Reação: com o lançamento do chatbot nos dois maiores mercados que faltavam, as ações da Alphabet, controladora do Google, fecharam em alta de 4,3% nesta quinta, em um alívio dos investidores com questões regulatórias, principalmente na Europa.

Em testes realizados pela Folha no mês passado, a IA de texto do Google teve desempenho melhor em atualidade das informações, raciocínio e consistência, mas tropeçou no tema privacidade.

  • Na época, o chatbot não respondia em português, e os modelos de linguagem, no geral, respondem melhor a pedidos em inglês, por conta da quantidade de dados disponíveis na internet.

A big tech também anunciou novidades para o Bard:

  • Recurso de resposta em voz alta, para o usuário escutar uma gravação em áudio da resposta dada pelo Bard;
  • Imagens poderão ser usadas nos pedidos de tarefas para o chatbot;
  • Respostas do sistema poderão ser ajustadas de acordo com tom e estilo em cinco opções: "simples", "longo", "curto", "profissional" ou "casual" (por enquanto apenas em inglês).

Governo recua de taxa para internet

O governo, por meio do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), elaborou uma proposta que prevê a criação de uma agência para melhorar a segurança cibernética. O órgão seria bancado por uma taxa imposta a todos os usuários de internet.

Depois da publicação da reportagem pela Folha, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência disse em nota que "não há nenhuma possibilidade de taxação de usuário de internet para financiar uma agência de cibersegurança ou qualquer iniciativa desse tipo".

"Esta política já vem sendo estudada há algum tempo. Estamos, logicamente, refinando. Esperamos que, neste ano, ainda seja apresentado ao Congresso", disse à Folha o ministro do GSI, general Marcos Antonio Amaro dos Santos.

Entenda: a proposta prevê uma taxa de cibersegurança que corresponderá a 1,5% do valor pago pelos usuários para ter acesso à rede.

  • Seria um modelo parecido com o da taxa de iluminação pública, cobrada diretamente na fatura da conta de luz.
  • A ideia do GSI é montar uma autarquia, assim como é o Banco Central, com mandatos a serem cumpridos. O órgão teria 800 servidores após cinco anos.
  • O principal objetivo da política é dar um norte preventivo no caso de ciberataques e criar instrumentos práticos para isso.

Em números: a partir da cobrança de 1,5%, um exemplo de um usuário que gasta R$ 70 por mês com internet pagaria uma taxa de R$ 1,05.

  • A cobrança renderia R$ 581,9 milhões por ano aos cofres públicos, segundo estimativa do órgão.
  • A proposta também inclui uma cobrança de 10% sobre o registro de domínios de sites, com custo médio de R$ 35, que arrecadaria R$ 12,6 milhões ao ano.


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