Descrição de chapéu Banco Central juros

Maioria dos BCs de mercados emergentes resistirá a cortes de juros este ano

Apenas bancos centrais do Brasil, México, Vietnã e China devem reduzir as taxas, segundo pesquisa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Reuters

A maioria dos bancos centrais dos mercados emergentes resistirá à pressão para reduzir os juros nos próximos meses, segundo pesquisas da Reuters, que também mostraram que os economistas preveem que as autoridades monetárias terão um desempenho melhor na contenção da inflação do que seus pares de mercados desenvolvidos.

A inflação na maioria das economias de mercados emergentes nos últimos anos não tem sido tão alta, em parte devido a estímulos comparativamente menos agressivos em resposta à pandemia de Covid.

A inflação relativamente mais branda permitiu que nove dos 14 bancos centrais de mercados emergentes cobertos pelas pesquisas da Reuters nas últimas perspectivas econômicas globais trimestrais interrompessem seus ciclos de aperto nas taxas de juros, que foram relativamente modestos.

Fachada do Banco Central do Brasil, em Brasília - Gabriela Biló - 14.abr.2023/Folhapress

Conforme o Federal Reserve dos Estados Unidos se aproxima do fim de seu ciclo de aperto monetário, manter os custos de empréstimos mais altos também ajudaria as moedas de mercados emergentes a aproveitar os ganhos recentes em relação ao dólar, uma vez que as lacunas nas taxas de juros param de se ampliar.

A previsão é de que mais de 70% dos bancos centrais dos mercados emergentes, 10 de 14, seguirão a trajetória do Fed e não cortarão os juros este ano.

Juntamente com os bancos centrais da China e do Vietnã, espera-se que os do Brasil e do México realizem cortes este ano. Ambos os BCs da América Latina começaram a aumentar as taxas de juros muito antes do Fed.

"Consideramos que um Fed 'hawkish' [agressivo contra a inflação] pode levar os bancos centrais de mercados emergentes a adiar cortes de juros, embora acreditemos que aumentos sejam improváveis em todas as regiões", observaram analistas do Barclays.

"Mesmo com a tendência de desinflação se estabelecendo, observamos que é improvável que a maioria dos bancos centrais dos mercados emergentes baixe a guarda contra a inflação tão cedo, especialmente diante dos riscos de inflação de alimentos que surgem novamente."

Entre 11 bancos centrais de mercados emergentes pesquisados com uma meta de inflação, espera-se que seis a atinjam ou se mantenham abaixo da meta até o final de 2023.

No entanto, as faixas de metas de inflação para alguns são mais altas e mais amplas do que suas contrapartes nos mercados desenvolvidos, o que lhes dá mais margem para manobras.

Mas os analistas argumentam que estamos mais próximos do que parece do ponto em que os juros começarão a cair nas economias emergentes.

"Enquanto os principais bancos centrais de mercados desenvolvidos continuam focados no elevado núcleo da inflação, os bancos centrais de mercados emergentes estão respondendo à rápida desinflação no índice geral e no núcleo traçando um caminho para cortes nos juros", observou Luis Oganes, chefe de pesquisa macro global do JP Morgan.

"Um ciclo prolongado de alta do Fed além de julho [...] pode desacelerar o ritmo de flexibilização ou atrasar o início dos cortes em vários mercados emergentes."

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.