Reforma tributária em 5 pontos, as diferenças entre Threads e Twitter e o que importa no mercado

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São Paulo

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Primeiro passo da reforma tributária

A Câmara deu um importante passo nesta quinta (6) para avançar com uma discussão travada há mais de 30 anos e mudar um sistema criado na década de 1960.

O texto-base da PEC da Reforma Tributária foi aprovado em primeiro turno por 382 deputados –eram necessários 308. Foram 18 votos contrários e 3 abstenções. Veja aqui como cada deputado votou.

  • Após a apreciação dos destaques, o texto será votado em segundo turno na Câmara. Depois disso, a proposta vai ao Senado.
Câmara aprovou texto-base da reforma com 382 votos - Gabriela Biló /Folhapress

Cinco pontos para entender o principal do texto aprovado na Câmara:

1 - O que: a proposta prevê a fusão de PIS, Cofins e IPI (tributos federais), ICMS (estadual) e ISS (municipal) em um IVA. O Imposto sobre Valor Agregado é usado em 174 países e mostramos aqui como ele funciona.

  • Uma parte dele será administrada pelo governo, com o CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), e a outra, por estados e municípios pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).
  • Também será criado um imposto seletivo sobre bens e serviços considerados prejudiciais à saúde (como cigarros e álcool) ou ao meio ambiente.

2 - Quando: começa em 2026 a implementação, com alíquota teste de 0,9% para a CBS e de 0,1% para o IBS. No ano seguinte, saem PIS e Cofins para dar lugar ao CBS.

  • A transição para o IBS será mais demorada, e os impostos estaduais e municipais só deixarão de existir em 2033.

3 - Qual a alíquota: não está na PEC. Apesar da cobrança padrão ser estimada em 25%, as alíquotas de cada tributo serão definidas depois, em lei complementar –que depende de menos votos–, pois vão depender de cálculos feitos em conjunto com o Ministério da Fazenda.

Nesse caso aparecem outras exceções: alíquota reduzida (equivalente a 40% do valor cheio) para alguns bens e serviços, como serviços de saúde, educação, transporte coletivo, produtos e insumos agropecuários, medicamentos, dispositivos médicos e produções artísticas, culturais e jornalísticas.

4 - O que muda: a reforma prevê que a atual carga tributária sobre o consumo não irá aumentar. Mas será um jogo de perde e ganha, alguns terão redução, outros, aumento.

  • Cálculo do Ipea mostra que apenas os 10% mais ricos vão pagar mais, enquanto os outros 90% terão carga menor.
  • Tributação de combustíveis, streaming, cashback… Reunimos aqui como a Reforma Tributária pode afetar diversos setores e serviços.

5 - O que ainda falta definir: a regulamentação de tudo o que está sendo aprovado (alíquotas, o que entra na cesta básica, no imposto seletivo…) ficará para 2024.

Com a aprovação dessa primeira fase da PEC, o governo quer votar ainda neste ano a segunda, a do Imposto de Renda. Ña discussão deve entrar tudo o que diz respeito a esse mundo, incluindo tributação de investimentos, dividendos etc.

Outros pontos que valem destaque:

O Conselho Federativo, que vai gerir o IBS e foi motivo de polêmica entre governadores, terá maior poder dos estados do Sul e Sudeste do que o previsto na versão anterior do texto.

A reforma gerou divergência entre o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que era contra a proposta, mas cujo partido deu 20 votos favoráveis à aprovação.


As diferenças entre Threads e Twitter

Pouco antes do Threads completar um dia no ar, a rede atingiu 30 milhões de usuários –graças à sua plataforma irmã, o Instagram–, mas também expôs alguns problemas, principalmente para quem está acostumado com o Twitter.

  • Há uma alternativa: desativar a conta de forma temporária, o que oculta o perfil e não afeta a conta do Instagram. Veja aqui como fazer.

O que não tem no Threads que existe no Twitter:

↳ Janela para aparecer conteúdo apenas de quem você segue. Quem acessou o app da Meta deve ter percebido mensagens de usuários que não estão na lista de perfis seguidos.

  • Os responsáveis pelo Threads disseram que o recurso de feed de seguidores "está na lista" de novidades para a rede.

↳ "DMs": não é possível enviar uma mensagem direta privada para outro usuário (como um "direct" no Instagram). A ferramenta aparece nas outras redes mais usadas da Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp).

↳ Busca por conteúdo: você até consegue procurar por outros perfis, mas não pesquisar por palavras que aparecem nas publicações.



O que tem no Threads que não existe no Twitter:

↳ Uma rede que não é comandada por Elon Musk. As recentes polêmicas envolvendo a rede do passarinho sob o bilionário podem explicar a correria na Meta para soltar logo o Threads –e a existência de bugs ou a falta de alguns recursos na nova rede.

↳ Visualização ilimitada de publicações. Por falar em polêmica, essa foi a mais recente: o bilionário limitou a quantidade de tuítes que os usuários podem ver por dia. Na rede da Meta, isso não existe.

↳ Rede social aberta? Ainda não está funcionando, mas a Meta prometeu o recurso que tornaria o Threads interoperável com outras redes sociais abertas, como o Mastodon.

  • A ideia é que usuários de plataformas diferentes possam interagir, semelhante ao formato do email (usuários de um provedor podem escrever para de outro).

Mais sobre o assunto

  • Análise: O ex-editor de Interação e Redes Sociais da Folha Mateus Camilo lista cinco motivos pelos quais a nova rede da Meta não irá bombar.

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