Unidade de níquel e cobre da Vale é avaliada em R$ 122 bi, o prejuízo do fundo do Pátria e o que importa no mercado

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São Paulo

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Vale separa unidade de níquel e cobre

A Vale comunicou nesta quinta (27) que vendeu 13% de sua divisão de metais básicos à saudita Manara Minerals e ao fundo americano Engine No.1 por US$ 3,4 bilhões (R$ 16 bilhões).

Entenda: a unidade de metais básicos se encaixa na agenda da transição energética por produzir níquel e cobre, materiais utilizados na bateria dos carros elétricos –por isso o interesse das montadoras no negócio.

O que explica: a ideia da Vale ao separar o ativo de sua operação principal, a extração de minério de ferro, é destravar seu valor.

  • A mineradora acredita que, ao andar com as próprias pernas, a divisão terá mais autonomia com seus recursos, que devem somar US$ 30 bilhões (R$ 144 bilhões) em investimentos na próxima década.
Logotipo da mineradora Vale - Adriano Machado/REUTERS

A exploração de níquel está concentrada na mina do Canadá, unidade que é a maior produtora do metal na América do Norte e tem desde o ano passado um acordo para fornecimento da matéria-prima para a Tesla, de Elon Musk.

A produção do cobre está concentrada no Brasil, que inclui o maior depósito do país, no município de Marabá (PA).

Quem é quem:

Manara Minerals: é uma parceria entre a estatal saudita Ma'aden e o fundo de investimentos públicos da Arábia Saudita. Ela terá 10% da unidade de metais básicos da Vale, no maior investimento do país no exterior e o primeiro em mineração.

Engine No.1: a gestora de investimentos ativista ficará com os outros 3%. Ela se destacou recentemente por vencer uma batalha interna com a petroleira Exxon por assentos no conselho da companhia, que passou a focar mais em energia limpa desde então.


Quando o prejuízo pode ser maior que 100%

Você já ouviu aquela história de que o potencial de valorização do seu investimento é infinito, enquanto as chances de perda se limitam a 100%, ou seja, o dinheiro aportado virar pó?

Alguns casos mostram que isso não é verdade.

Chamou a atenção do mercado nesta semana um fato relevante divulgado por um dos fundos do Pátria, que é uma das maiores gestoras do país, com cerca de R$ 135 bilhões em ativos.

O documento informava que o valor da cota havia passado de R$ 10,55 para R$ 301,04 negativos no dia 19 de julho.

Entenda: um valor negativo significa que os cotistas terão que aplicar uma nova quantia de dinheiro –além da grana que eles colocaram na época da captação– para sanar as contas do fundo.

  • Estamos falando aqui do Pátria Special Opportunities II Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, de investimento em shopping centers.

O que aconteceu: esse fundo tem o "II" no nome porque ele foi criado para "salvar" seu antecessor, aberto pelo Pátria em meados de 2010, explica o repórter Lucas Bombana. Na época, o primogênito levantou cerca de R$ 1 bilhão sob a estratégia de investir em shoppings no interior do Brasil.

  • As contas começaram a não fechar alguns anos depois, a partir da derrocada da economia que levou à recessão e afetou o consumo dos brasileiros.
  • Com R$ 2 bilhões em dívidas desses shoppings, os gestores do Pátria pediram aos cotistas do Fundo I um aporte de capital de R$ 300 milhões, mas houve resistência.
  • A solução encontrada foi estruturar o Pátria Special Opportunities II, com R$ 50 milhões e cerca de 50 investidores, entre eles os próprios sócios do Pátria.

Só que veio a pandemia e os shoppings fecharam, enquanto os custos para mantê-los continuaram. O Pátria, então, começou a vender nos últimos anos os 13 shoppings da carteira.

Os últimos quatro, negociados em julho, vieram com uma condição do comprador: assumir dívidas e outros custos, de cerca de R$ 15 milhões. Esse valor será dividido entre os cotistas para que o fundo possa ser encerrado.

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