123 Milhas suspende pacotes e emissão de passagens promocionais

Empresa promete ressarcimento por meio de voucher; clientes reclamam que valor dos cupons é incompatível com passagem normal

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São Paulo

A agência de viagens digital 123milhas anunciou, na noite desta sexta-feira (18), a suspensão de pacotes e emissão de passagens aéreas da linha "Promo", que oferecia valores abaixo dos praticados no mercado. Clientes que já receberam passagem, eticket ou localizador estão com as viagens garantidas, segundo a empresa.

A 123milhas afirma que devolverá o valor pago por meio de vouchers, acrescido de correção monetária ao mês de 150% do CDI —título de dívida negociado entre bancos que acompanha a taxa básica de juros. Os cupons valerão apenas para outros produtos do site (passagens aéreas, hotéis ou pacotes).

Fotografia colorida de uma família composta por um pai, dois filhos e uma mãe vistos de costas em um aeroporto, com o logo da 123milhas à frente da imagem e ocupando toda a tela.
Cena de comercial que divulga o programa de fidelidade da 123milhas, o 123fidelidade - Reprodução

De acordo com a agência, todos os outros produtos à venda em seu marketplace são entregues imediatamente e não correm risco de suspensão. Os cupons valerão por 36 meses após a solicitação de reembolso, que pode ser feita neste site. As informações estão disponíveis em nota pública divulgada pela empresa no endereço da 123milhas.

Clientes também podem contatar a companhia pelo WhatsApp verificado (31) 99397-0210. A agência promete a entrega do cupom de reembolso em cinco dias úteis.

Nas redes sociais, pessoas reclamam que o valor dos vouchers não basta para comprar passagens vendidas a preço de mercado, em função do preço promocional dos pacotes.

Procurada pela Folha, a 123milhas não respondeu, até a publicação desta reportagem, os motivos do cancelamento nem se haverá condições especiais para os clientes com viagens marcadas para os próximos sete dias.

No Twitter, clientes reclamam que "vão ter que se virar." O jornalista amazonense Mário Adolfo Filho foi o primeiro a divulgar informações sobre a suspensão dos pacotes promocionais.

Os pacotes da linha "Promo", além de baratos, eram flexíveis, como eram os produtos ofertados pelo Hurb (antigo Hotel Urbano), que protagonizou o último grande episódio de problemas com passagens e hospedagem.

O Hurb foi alvo 11 mil queixas registradas na Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) no primeiro trimestre de 2023, quando donos de pousadas e hotéis vieram a público reclamar de calotes da plataforma de viagem. O patamar ficou próximo das 12 mil reclamações registradas em todo o ano de 2022.

Em maio, o governo determinou que o Hurb (antigo Hotel Urbano) suspendesse a venda de pacotes flexíveis —que não têm data marcada para a viagem, nem a definição da empresa aérea ou os locais de acomodação.

No mesmo mês, a Latam suspendeu a emissão de passagens compradas pelo Hurb e acionou a Justiça contra a plataforma de viagens para cobrar dívida de R$ 10,78 milhões.

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