Descrição de chapéu Congresso Nacional

Setores têm que pensar mais em ceder do que conquistar na reforma tributária, diz Pacheco

Alvo de lobbies por benefícios fiscais, Senado espera votar emenda constitucional em outubro

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Rio de Janeiro

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta segunda-feira (21) que o debate sobre a reforma tributária deve respeitar mais a lógica de ceder do que conquistar. Ele reforçou que espera votar o texto em outubro para promulgação ainda em 2023.

O Senado vem sendo alvo de pressões não só dos governos estaduais, mas também de setores que se sentem prejudicados pela reforma, como os setores de serviços e comércio. Nos serviços, por exemplo, o argumento é que o imposto passará de 8,75% para o novo IVA, estimado em torno de 28%.

"Temos que ter mais a lógica de ceder do que de conquistar", afirmou Pacheco, em evento sobre o tema na FGV (Federação Getúlio Vargas) do Rio de Janeiro. "Todos os municípios, os governos estaduais, a União, os setores, serviço, comércio, indústria, é muito importante que todo mundo ceda um pouco."

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco participa do Fórum Brasileiro de Inteligência Artificial no Espaço Fit Eventos. - Zanone Fraissat/ Folhapress

O presidente do Senado argumentou que entende ser um consenso que o país precisa rever o sistema tributário e, portanto, é necessário encontrar um consenso. Ele agendou para o próximo dia 29 uma sessão plenária com os governadores, para ouvir o posicionamento dos estados sobre o texto.

A primeira sessão na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa está agendada para o dia 4 de outubro. Depois, Pacheco deve levar o texto a votação. A reforma deve voltar à Câmara e, depois, novamente ao Senado.

Pacheco disse, que ainda assim, acredita que será promulgado antes do fim do ano. "É muito importante para o Brasil entregar uma reforma tributária ainda em 2023."

No evento da FGV, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, reforçou críticas ao texto aprovado na Câmara. Ele questiona a instituição de uma alíquota única para o país, as restrições a isenções fiscais e a criação de um conselho nacional para definir a distribuição do novo IBS.

"É algo que afronta a democracia, porque não fomos eleitos para receber mesada desse conselho", criticou.

Sobre isenções, ele citou a indústria farmoquímica instalada em Goiás, que só escolheu o estado por benefícios fiscais. "Eles compram insumo na Índia e na Europa para vender para o Sul e Sudeste. Vai ficar em Goiás por que?".

Caiado questionou ainda as projeções para o novo imposto nacional, que segundo o Ministério da Fazenda ficará entre 20,7% e 27%. Com a concessão de benefícios a setores específicos, diz, o número poderia passar dos 30%.

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