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Governo federal não bloqueou água no Nordeste

Nem todo problema na região tem relação com transposição do rio São Francisco, como alegam posts

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São Paulo

É enganoso conteúdo compartilhado nas redes sociais que associa problemas no fornecimento de água no Nordeste a bloqueios supostamente praticados pelo governo federal. A publicação no TikTok usa trecho de um vídeo do deputado Leandro de Jesus, em que ele menciona a taxa de desnutrição de bebês na Bahia em meio a críticas que faz ao PT. O trecho foi retirado de contexto porque as críticas do deputado são endereçadas ao governo da Bahia e não ao governo federal.

Como verificado pelo Projeto Comprova, o post, que coloca as imagens da transposição do rio São Francisco sem água ao fundo, tenta relacionar as críticas à suposta falta de água em partes da transposição.

A reportagem apurou que, no caso dos municípios cearenses mencionados no primeiro vídeo, não houve bloqueio ou paralisação de bombeamento por parte do governo Lula (PT). Segundo a Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará, o único momento em que a liberação de água foi pausada ocorreu em novembro de 2022, ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL). Na ocasião, uma fissura na estrutura da Estação de Bombeamento de Salgueiro, em Pernambuco, fez com que o fornecimento fosse interrompido para manutenção.

Foto a céu aberto com céu azul com nuvens e estrutura com água com estação de bombeamento em último plano e morros atrás
Estação de bombeamento em Salgueiro, em Pernambuco, que faz parte do projeto de transposição do rio São Francisco - Reprodução - 8.fev.2022/MIDR/Twitter

Já o município de Santana, no interior da Bahia, mencionado no segundo vídeo, não depende da transposição do rio São Francisco para obtenção de água, segundo a administração municipal.

O Comprova não conseguiu, até o fechamento desta verificação, confirmar onde ou quando foi feita a filmagem do trecho da transposição mostrado nos vídeos investigados.

Enganoso, para o Comprova, é todo conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Por que investigamos

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99486-0293.

Leia a verificação completa no site do Projeto Comprova.

A investigação desse conteúdo foi feita por Jornal do Commercio e Portal Norte e publicada em 20 de setembro pelo Projeto Comprova, coalizão que reúne 41 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, UOL, Nexo e Metrópoles.

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