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Lula não estava bêbado nem agarrou apoiadora como alegam publicações que usam vídeo manipulado

Conteúdo reduz velocidade da gravação em que o presidente e Janja aparecem para criar contexto diferente do original

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São Paulo

É falsa a afirmação de que o presidente Lula (PT) estivesse "completamente embriagado" e que tenha agarrado uma mulher, diferentemente do que alegam publicações em diferentes plataformas. Os vídeos usados foram manipulados, sendo utilizados com a velocidade reduzida para simular que o presidente estivesse com os movimentos lentos e que isso fosse resultado de uma embriaguez.

Nas imagens, analisadas na versão sem edição pelo Projeto Comprova, é possível ver o presidente e a primeira-dama, Janja Lula da Silva, na recepção do hotel Atlante Plaza, em Recife, Pernambuco, quando uma apoiadora se aproxima. A mulher, inicialmente, estende a mão para cumprimentar o presidente, mas consegue se aproximar e abraçá-lo.

O presidente, então, sinaliza ao segurança, que tenta retirar a mulher, para esperar. A interação dura cerca de 15 segundos, até que a primeira-dama e um segurança conseguem afastar a mulher. A pessoa que grava o vídeo também se aproxima do presidente e eles falam "fica com Deus" um ao outro.

Lula, de paletó cinza e gravata, à esqueda, e, à direita, a seu lado, Janja, de óculos e camisa escura olhando para o alto e sorrindo
O presidente Lula e a primeira-dama, Janja, em evento em Brasília - Evaristo Sa - 12.jul.2023/AFP

Aos 8 segundos do vídeo sem edição, a mulher parece dar um beijo no rosto de Lula, mas é possível ver que, durante a interação, o presidente vira o rosto. Mais para frente, aos 14 segundos, a moça parece falar algo no ouvido de Lula, que escuta com a cabeça inclinada para a esquerda. Novamente, aos 18 segundos, a mulher parece beijar a bochecha de Lula. Não há, no entanto, nenhuma iniciativa do chefe de Estado para "agarrar" ou beijar a apoiadora.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Por que investigamos

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99486-0293.

Leia a verificação completa no site do Projeto Comprova.

A investigação desse conteúdo foi feita por O Povo e Estadão e publicada em 19 de setembro pelo Projeto Comprova, coalizão que reúne 41 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, Plural, Nexo, A Gazeta, SBT e SBT News.

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