Descrição de chapéu Banco Central Pix

Campos Neto diz que BC testa inteligência artificial e cita uso do Pix em 'outlets de Orlando'

Presidente do BC participou de simpósio em Miami, para onde viajou para receber prêmio por criação do Pix

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Natasha Bin
Miami

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu o uso da tecnologia como uma "ferramenta de democratização", disse que a autoridade monetária já testa inteligência artificial e destacou a adesão ao Pix além das fronteiras brasileiras, durante simpósio organizado pelo Conselho das Américas, em Miami, nesta sexta-feira (20).

Segundo ele, o instrumento de pagamento é usado no Uruguai e nos "outlets de Orlando".

Campos Neto viajou aos Estados Unidos para receber o prêmio Bravo Beacon of Innovation, promovido pela entidade que estimula o livre-comércio nas Américas. O Conselho das Américas reconheceu a criação do Pix pelo Banco Central do Brasil.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central - Gabriela Biló - 27.set.23/Folhapress

"Na semana passada, nós tivemos 107 milhões de transações em um dia, o que não é muito distante de uma transação por pessoa por dia. Nós vemos que gera inclusão, são 70 milhões de pessoas que foram incluídas de alguma forma no sistema financeiro por causa do Pix", disse o presidente da autoridade monetária.

"Também tivemos mais contas bancárias, então bancariza as pessoas. Nós temos aproximadamente 9 milhões de contas bancárias que foram abertas só por conta do Pix", afirmou.

Para uma plateia de executivos da América Latina durante uma mesa-redonda que teve como tema o Pix e contou com a participação de executivos do Banco Inter, do Bank of America e do Ebanx, Campos Neto disse que o BC precisa entender ainda mais de tecnologia.

Ao ser questionado sobre a agenda da instituição, ele afirmou que existem novos desafios. "Há mais coisas que não conseguimos fazer do que conseguimos fazer", disse.

Entre "as coisas" que não conseguiu realizar, Campos Neto destacou a criação de carteiras offline —para que sejam possíveis transações mesmo quando não há internet disponível—, carteiras online, tokenização de dados e mudanças no Pix.

"Queremos menos cliques, mais soluções e recursos no Pix. As possibilidades são infinitas", afirmou.

Campos Neto ressaltou ainda o sucesso do Pix entre a população brasileira e até no exterior. "Ouvi outro dia que, se você for a Orlando nos outlets, você já pode usar Pix, se você for ao Uruguai ou Chile, você pode usar Pix", disse.

O presidente do BC também falou da necessidade de desburocratização dos sistemas bancários e da simplificação das transações internacionais, citando a moeda digital Drex, a ser lançada pelo BC, como possível solução.

Para ele, o uso da inteligência artificial, já em teste pelo BC, pode ser a chave para conectar e otimizar as transações.

Sobre a desburocratização do sistema financeiro, Campos Neto defendeu a simplificação de regras, exemplificando o acesso a empréstimos para financiamento de imóveis.

"As pessoas poderiam usar seus ativos para pegar empréstimos mais baratos e colocar mais dinheiro na economia. Estamos travados nisso. A burocracia é enorme", afirmou.

Outro ponto destacado pelo presidente do BC é a segurança de dados, apresentada como um dos maiores desafios atuais.

"Estamos trabalhando para realizar mais transações com menos dados confidenciais", disse, ao relembrar caso de vazamento de dados de chaves Pix.

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