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Dólar cai a R$ 5,03 com alívio de tensão sobre conflito no Oriente Médio

Bolsa avança impulsionada por alta do minério de ferro no exterior

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São Paulo

O dólar caiu 1,03% nesta segunda-feira (16) e terminou o dia cotado a R$ 5,035, em meio a alívio do mercado sobre a guerra entre Israel e Hamas.

Já a Bolsa brasileira teve avanço de 0,67%, aos 116.533 pontos, impulsionada tanto pela diminuição da aversão ao risco quanto pelo avanço do minério de ferro —que, por sua vez, foi favorecido pelo anúncio de estímulos econômicos na China.

"O Ibovespa se recuperou das perdas da sexta (13), quando os investidores evitaram assumir riscos diante da possibilidade de escalada do conflito Israel-Hamas. Com os efeitos ainda limitados da guerra, o mercado se apoiou no alívio das preocupações com os juros nos EUA e da alta do minério de ferro em Singapura e Dalian", afirma Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

O contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou a sessão desta segunda com alta de 2,86%, a 862 iuanes (US$ 117,93), dando força às ações da Vale, maior empresa da Bolsa brasileira. A mineradora subiu 1,06% e foi uma das mais negociadas da sessão.

Painel eletrônico de índices de mercado na B3, a Bolsa brasileira, em São Paulo - Paulo Whitaker - 7.jan.2016/Reuters

Eduardo Moutinho, analista de mercados da Ebury, chamou a atenção para a valorização de divisas sensíveis aos preços do petróleo nesta segunda-feira, com destaque para as latino-americanas.

Embora tenham registrado queda nesta segunda, os preços do petróleo seguem em patamar elevado após terem disparado na semana passada, com investidores considerando a possibilidade de uma escalada do conflito no Oriente Médio, principal região produtora de petróleo do mundo.

Apesar do maior apetite por divisas emergentes, operadores continuavam alertando nesta segunda-feira para os riscos geopolíticos, em meio a temores de envolvimento de outros países do Oriente Médio, como o Irã, no conflito entre Israel e Hamas. Isso poderia levar a uma explosão nos preços do petróleo que afetaria a inflação das principais economias, com impacto sobre os ciclos de política monetária dos bancos centrais.

Mesmo assim, o clima foi de otimismo no exterior, em especial nos Estados Unidos, com alívio de temores sobre uma nova alta de juros no país e o início da temporada de balanços de empresas americanas.

Com isso, os principais índices acionários do país fecharam em forte alta. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq subiram 1,06%, 0,93% e 1,20%, respectivamente.

Já no Brasil, notícias positivas sobre inflação e juros apoiaram os negócios locais.

O boletim Focus desta semana mostrou que economistas consultados pelo Banco Central diminuíram suas projeções para a inflação brasileira neste ano. Agora, os analistas veem o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 4,75% no fim de 2023, dentro do teto da meta de 3,25% —que prevê limites de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Nos mercados de juros futuros, os contratos com vencimento em janeiro de 2025 caíram de 10,99% para 10,92%, enquanto os para 2027 foram de 11,00% para 10,89%. As quedas foram ainda mais acentuadas nas curvas mais longas.

"Com a queda do petróleo, que é um componente inflacionário importante, o mercado está ajustando as expectativas para os juros futuros. Se houver continuidade do alívio das tensões do Oriente Médio e o petróleo ceder um pouco, há uma redução na expectativa da inflação futura no país", diz Leandro Petrokas, diretor de pesquisa e sócio da Quantzed.

Nesse cenário, o Ibovespa subiu, tendo como principal impulso as ações da Vale, que avançaram 1,06% na esteira do minério de ferro. Como pano de fundo, o banco central da China anunciou estímulos econômicos no país.

"Os estímulos geram expectativa do mercado, em especial para o de infraestrutura, que é diretamente influenciado pelas ações governamentais da China. Isso pode afetar a curva de demanda de minério de ferro e outros metais, o que deve favorecer os papéis da Vale", afirma Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Além disso, o mercado acompanha o avanço do projeto de taxação de fundos exclusivos e offshores, que deve ser retomado no Congresso nesta semana. O texto é uma das medidas do Ministério da Fazenda para aumentar a arrecadação e se aproximar da meta de déficit zero em 2024 proposta pelo novo arcabouço fiscal.

"O PL dos fundos pode contribuir para um alívio do fiscal em 2024. Dependendo do andamento dessa votação, junto com outras medidas que visam aumento da arrecadação e diminuição dos gastos para os próximos anos, os juros de mercado podem voltar a cair", diz Petrokas, da Quantzed

No cenário externo, a expectativa é sobre dados sobre a economia chinesa e a indústria americana, que serão divulgados nesta semana.

Com Reuters

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