Haddad defende em evento do FMI que ricos paguem 'justa cota de impostos'

Ministro diz que 'Brasil colocou casa em ordem' com aprovação de arcabouço fiscal e discussão da Reforma Tributária

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Marrakech (Marrocos) | Reuters

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta sexta-feira (13) em discurso em Marrakesh, no Marrocos, que os ricos devem pagar uma 'justa cota de impostos' e que os países devem mobilizar recursos, tanto público quanto privados, para uma "economia verde e sustentável", em favor das próximas gerações.

"Precisamos urgentemente melhorar as nossas instituições financeiras internacionais, fazer com que os mais ricos paguem sua justa cota de impostos, tratar do problema da dívida em um número crescente de países da África, Ásia e América Latina, e, de maneira eficiente, mobilizar recursos públicos e privados para uma economia global mais verde e sustentável", disse Haddad em seu discurso feito em inglês, mas cuja versão em português foi divulgada pelo ministério.

"Falhar em apresentar uma agenda como essa é que seria pouco realista, porque significaria comprometer as aspirações legítimas das gerações futuras", acrescentou.

Haddad participa de entrevista coletiva em São Paulo - Marcelo Justo - 29.set.2023 / Ministério da Fazenda

Em sua fala na cidade que recebe o encontro atual do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional), Haddad também afirmou que o Brasil colocou a casa em ordem neste ano, com a aprovação pelo Congresso de um novo marco fiscal e o avanço de uma proposta de reforma tributária, que tramita atualmente no Senado.

Ao apresentar as prioridades do Brasil para o período em que presidirá temporariamente o G20, bloco que classificou como "talvez o único fórum global com capacidade para promover o multilateralismo do Século 21", Haddad afirmou ainda que o combate à fome e a inclusão social também estarão no topo da agenda brasileira para o G20 em 2024.

"Em primeiro lugar, o Brasil trabalhará para promover a inclusão social e combater a fome em todo o mundo. Em segundo lugar, propomos um foco específico na transição energética e no desenvolvimento sustentável levando em conta todos os seus três pilares –social, econômico e ambiental. Em terceiro e último lugar, queremos avançar na reforma das instituições de governança global", elencou.

Ao falar sobre a agenda doméstica do Brasil, Haddad explicou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou este ano para "colocar a casa em ordem" e, segundo o ministro, isso permitiu que o Brasil retomasse um papel ativo no cenário internacional.

"Em 2023, colocamos a nossa casa em ordem depois de alguns anos turbulentos. Estabelecemos um novo arcabouço fiscal, estamos fazendo uma grande reforma tributária, avançamos em reformas estruturais, reduzimos o desmatamento, renovamos e expandimos programas sociais reconhecidos internacionalmente, como o Bolsa Família, e acabamos de lançar um ambicioso plano de transformação ecológica", disse o ministro.

"Agora, o Brasil está pronto para se voltar aos desafios globais e promover um diálogo construtivo e produtivo em direção ao multilateralismo do Século 21."

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