Descrição de chapéu JBS

Abilio diz em Paris que 'Brasil se atrasou na história', e Wesley anuncia R$ 38,5 bi de investimentos

Empresários participam de encontro na França para discutir o momento brasileiro

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Amanda Pessoa
Paris

O empresário brasileiro Abilio Diniz, presidente do Conselho de Administração da Península Participações, afirmou nesta sexta-feira (13) que o Brasil tem potencial para crescer, enquanto Wesley Batista, da J&F, disse que o país voltou a ser "a bola da vez" e anunciou investimentos de R$ 38 bilhões.

As declarações foram dadas durante o 1° Fórum Internacional da Esfera Brasil, nesta sexta-feira (13), em Paris.

Wesley Batista, dono da J&F, gesticula durante participação no evento Fórum Esfera Internacional, em Paris
Wesley Batista, dono da J&F, gesticula durante participação no evento Fórum Esfera Internacional, em Paris, ao lado do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy - Divulgação

Calcule o que falta para sua independência financeira

Abilio voltou a dizer, no entanto, que falta ambição ao país. "O Brasil se atrasou na história", afirma o empresário. "Um país com grande potencial, com tudo certinho, mas a que falta ambição."

Segundo Diniz, o investidor quer mais. "Somos extremamente atraentes. No último ano do mandato de Lula, crescemos 7%, mas nos falta ambição", repetiu, sem detalhar o que considera ambição.

Importante ator da relação comercial entre França e Brasil, para ele, a parceria entre os dois países é imprescindível para a empregabilidade dos brasileiros, considerando o número de empregos diretos gerados no Brasil pelas empresas francesas.

Já Wesley Batista adotou tom otimista. "A gente acredita no Brasil, que é de novo a bola da vez", disse o empresário.

Ao defender a estabilidade fiscal brasileira, a segurança jurídica e a responsabilidade pela questão ambiental, o empresário disse que a J&F investirá R$ 38,5 bilhões em todos os segmentos do grupo (alimentação, mineração, financeiro, cosmético) nos próximos quatro anos. O montante corresponde a mais de 85% de tudo o que está planejado para o investimento total do J&F.

Segundo ele, a meta é criar 30 mil postos diretos de trabalho no Brasil até 2026. "Estamos otimistas com o rumo que o país está tomando", disse o empresário, destacando a reforma tributária, que está em discussão no Congresso. Na sua avaliação, a mudança deve simplificar a vida do empresariado.

"Há poucos lugares no mundo que têm tanta oportunidade quanto o Brasil", afirmou.

A J&F controla a JBS, a Eldorado Brasil Celulose, a J&F Mineração, a Âmbar Energia, a Flora e o PicPay, entre outras empresas. A holding hoje emprega 167 mil colaboradores diretos no Brasil e, globalmente, outras 286 mil pessoas.

Entre os investimentos planejados pelo grupo está a implantação da segunda linha de produção da Eldorado Brasil Celulose, em Três Lagoas (MS), um projeto de R$ 20 bilhões e 10 mil empregos. Além da construção de um ramal ferroviário de 85 km para conectar a fábrica diretamente à malha ferroviária.

Maior empresa controlada pelo grupo, a JBS vai inaugurar em 2024 a ampliação da fábrica da Seara em Dourados (MS), que se tornará um dos maiores complexos de preparados suínos do mundo.

No total, a companhia vai entregar R$ 3,5 bilhões em investimentos, incluindo a nova fábrica da Seara em Rolândia (PR), uma nova fábrica de ração em Seberi (RS), a duplicação da unidade da Friboi em Diamantino (MT) e o início da construção do primeiro Centro de Pesquisas em proteína cultivada do Brasil, o JBS Biotech Innovation Center. Ao todo, 7,5 mil novos empregos serão gerados pela companhia.

Em relação a Eldorado, a J&F vive uma batalha com a Paper Excellence para definir o controle da empresa.

Em sua participação, o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy defendeu protagonismo maior do Brasil e da América Latina em fóruns internacionais, incluindo um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O 1º Fórum Internacional da Esfera Brasil reúne até este sábado (14) autoridades brasileiras e francesas para falar sobre transição energética, acordos bilaterais, segurança para o capital estrangeiro e reformas em discussão no Brasil.

Entre os participantes estão ainda o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.