Descrição de chapéu Reforma tributária

Norte e Sul devem sentir impactos mais positivos da Reforma Tributária no PIB

Consultoria Tendências estima que todas as regiões vão crescer mais com desonerações promovidas pelo novo sistema

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São Paulo

As regiões Norte e Sul devem ser as mais beneficiadas pelo impacto positivo da Reforma Tributária sobre o crescimento da economia do país, segundo estimativas da Tendências Consultoria.

Entre os principais benefícios da reforma estão a desoneração de investimentos e exportações, a redução de custos com disputas judiciais e o pagamento de tributos, e a melhora nas perspectivas econômicas do país.

Esses fatores devem gerar um crescimento adicional de aproximadamente 4% no período 2025-2033, de acordo com um cenário que a consultoria classifica como conservador. O governo brasileiro estima que a Reforma Tributária pode levar a um aumento de 12% nos próximos 15 anos.

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Porto de Itajaí, em Santa Catarina - Bruno Santos-10.mai.2018/ Folhapress

Setorialmente, os impactos serão mais positivos para a indústria, com crescimento adicional de quase um ponto percentual ao ano, seguida pela agropecuária (+0,6 ponto). Os serviços seriam o setor menos beneficiado (+0,1 ponto), apesar de também crescerem mais em função da reforma do que sem ela.

Com pesos maiores da indústria e menores dos serviços na sua economia, Norte e Sul deverão observar impactos mais positivos no PIB. As duas regiões são as únicas em que indústria e agropecuária respondem juntas por mais de um terço da economia local.

Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste terão crescimento adicional também, mas abaixo da média nacional, de 0,40 ponto percentual por ano nesse período. O resultado geral é puxado pelo Norte (0,47 ponto ao ano), seguido por Sul (0,41 p.p.), Nordeste (0,36 p.p.) e Centro-Oeste e Sudeste (ambos com 0,35 p.p.).

A indústria é hoje o setor mais prejudicado pela cumulatividade dos tributos ao longo da cadeia produtiva, por isso, será o mais beneficiado pelas mudanças.

Na agropecuária, o ganho virá da desoneração total de exportações e compra de equipamentos, além da vantagem da alíquota reduzida no setor, segundo a Tendências.

Em relação ao terceiro grande setor econômico, o crescimento maior no cenário com reforma se explica pela desoneração para aqueles que prestam serviços a outras empresas, que é o caso da maioria dos prestadores. Também se espera que aumente demanda da indústria e da agropecuária por serviços. A elevação na renda da população também pode compensar altas de preços em algumas atividades.

Alessandra Ribeiro, sócia e diretora da Tendências, afirma que o efeito nos setores que vão ser mais beneficiados se espalha para o resto da economia, gerando mais crescimento, melhora no mercado de trabalho e na renda, e mais investimento em capital e mão de obra.

"Vai sobrar dinheiro na mão dos agentes econômicos, mais dinheiro na mão das empresas. Você pode investir, apropriar como lucro ou ser mais competitivo, passar essa economia para o preço final e uma parte para salário também", afirma Ribeiro.

"O país vai ficar mais competitivo, vai vender mais."

A reforma será implantada de 2026 a 2033, mas os resultados já devem estar presentes na economia a partir de 2025, por meio da melhora nas expectativas em relação ao crescimento futuro do país.

A consultoria prevê, por exemplo, uma rodada de melhora na nota de crédito do Brasil assim que houver clareza em relação ao texto final da reforma. Na última semana, a agência Moody’s afirmou que a reforma tem implicações positivas para o perfil de crédito do Brasil e aumentará o PIB potencial do país no período 2026-2028.

"O primeiro impacto é via mercado financeiro. O segundo é a atração de investimentos", afirma a sócia e diretora da Tendências.

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