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Bolsa cai e interrompe sequência de altas pressionada por Petrobras

Fraqueza do petróleo no exterior derruba papéis da estatal

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São Paulo

A Bolsa brasileira interrompeu uma sequência de altas e fechou em leve queda nesta quarta-feira (8) pressionada pelas ações da Petrobras, que recuaram mais de 2% acompanhando o declínio do petróleo no exterior.

O tombo do Ibovespa, no entanto, foi visto como um movimento técnico de realização de lucros, ou seja, quando investidores vendem ações que se valorizaram rapidamente para efetivar os ganhos com os papéis. A Bolsa brasileira registrou alta nos cinco pregões anteriores.

"O índice está com uma dificuldade para continuar a subir, e é possível que a gente veja um movimento de correção no curto prazo. Viemos de altas expressivas em poucos dias, é natural que o mercado corrija isso", afirma Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

No câmbio, o dólar fechou em alta, com investidores acompanhando a situação fiscal do Brasil após dados que mostraram crescimento da dívida pública em setembro, além da tramitação da Reforma Tributária no Senado.

Mais cedo, havia expectativa sobre um discurso do presidente do Federal Reserve (banco central americano), Jerome Powell, em conferência da autoridade monetária, mas o dirigente não fez comentários sobre a política monetária.

A moeda americana também passa por correção no Brasil, após ter caído nos últimos pregões.

Com isso, o Ibovespa caiu 0,07%, aos 119.176 pontos, enquanto o dólar avançou 0,68%, cotado a R$ 4,906.

Notas de dólar - Dado Ruvic - 17-Jul-2022/Reuters

No exterior, investidores ainda estão em busca de mais pistas sobre por quanto tempo a política monetária dos EUA poderá permanecer restritiva.

De um lado, um comunicado de política monetária mais brando e dados de emprego mais fracos nos Estados Unidos elevaram as apostas de cortes de juros pelo Fed já em maio do ano que vem, com as chances de uma redução de pelo menos 0,25 ponto percentual tendo aumentado para mais de 50%.

No entanto, comentários cautelosos de várias autoridades do banco central americano nos últimos dias mantiveram os investidores nervosos, com possibilidade de novos aumentos nas taxas este ano, dada a resiliência da economia dos EUA.

Taxas mais baixas nos EUA ampliariam o diferencial de juros entre a maior economia do mundo e o Brasil, o que tornaria investimentos denominados em real mais atraentes para agentes estrangeiros, de forma que qualquer sinalização mais dura de Powell poderia acabar minando a demanda pela divisa brasileira.

Com o mercado em compasso de espera, os principais índices de ações americanos fecharam praticamente estáveis. Já os rendimentos dos títulos do país voltaram a arrefecer, com os papéis de dez anos indo de 4,56% para 4,50%.

As curvas de juros futuros brasileiras acompanharam o movimento de baixa: os contratos com vencimento em janeiro de 2026 saíram de 10,60% para 10,56%, enquanto os para 2028 foram de 10,97% para 10,88%.

Apesar disso, as perdas do petróleo ofuscaram o alívio nos juros, no que também foi apontado por participantes do mercado como um fator de pressão negativa para divisas consideradas mais arriscadas.

O petróleo Brent, por exemplo, caiu mais de 2%, para seu menor valor em 3 meses, em meio a preocupações sobre a diminuição da demanda nos Estados Unidos e na China.

O declínio da commodity arrastou ações do setor no Brasil, o que contribuiu para a queda do Ibovespa. A Petrobras e a PetroRio caíram 2,14% e 2,86%, respectivamente, e ficaram entre as mais negociadas da sessão.

Com Reuters

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