Descrição de chapéu Banco Central juros Selic

Brasil volta ao 1º lugar em ranking de juros reais, mesmo após corte na Selic

Impacto de fala do governo sobre questão fiscal nos juros futuros e queda em projeção de inflação contribuíram para o resultado

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O Brasil voltou à liderança no ranking mundial de juros reais, mesmo após a redução da taxa básica na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central desta quarta-feira (1º).

O juro real no Brasil está em 6,9% ao ano, valor superior ao do México (6,89%), segundo ranking elaborado pelo Portal MoneYou. Os dois países inverteram as posições em relação ao verificado na reunião do Copom de setembro.

A taxa real é uma combinação de inflação projetada para os próximos 12 meses, considerando dados do relatório Focus do BC, e a taxa de juros de mercado dos próximos 12 meses.

As recentes declarações do governo em relação à questão fiscal afetaram as curvas de juros, o que afetou o resultado, segundo o portal.

Além disso, a projeção de inflação recuou de 4,1% para 3,89%, o que também contribuiu para um juro real mais alto.

Integrantes do Copom reunidos, nesta quarta (2), na sede do BC; na foto, Roberto Campos Neto à frente (à esq.) e, ao fundo, Gabriel Galípolo (3º, à esq.) e Ailton Aquino (último, à direita)
Integrantes do Copom reunidos na sede do BC; na foto, Roberto Campos Neto à frente (à esq.) e, ao fundo, Gabriel Galípolo (3º, à esq.) e Ailton Aquino (último, à direita) - Raphael Ribeiro/BC

De 176 bancos centrais analisados, 73,3% mantiveram suas taxas básicas, 16,5% elevaram e apenas 10,2% cortaram, entre eles, o Brasil.

Em termos nominais, com uma taxa Selic de 12,25% ao ano, o Brasil manteve a sexta posição.

As maiores taxas ao ano coletadas pelo portal são as da Argentina (133%), Turquia (35%), Rússia (15%), Colômbia (13,25%) e Hungria (13%).

Entre as grandes economias, os EUA estão com juro real de 1,62% ao ano, a China com 0,27%, e o Reino Unido com 0,97%. Nos países da zona do euro, a taxa real está próxima de 1% ao ano.

Seis países do levantamento possuem juro real negativo: Polônia (-1,09%), Japão (-1,81%), Turquia (-4,79%) e Argentina (-11%).


GLOSSÁRIO

Taxa básica de juros
A taxa Selic é a referência para os demais juros da economia. Trata-se da taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia)

Taxa real de juros
Considera uma taxa nominal, a Selic, por exemplo, descontada a inflação

Taxa real ex-ante
Calculada olhando para a frente (taxa esperada), com base nas projeções para juros e inflação. É a mais relevante para a política monetária, pois influencia decisões futuras de investimento e consumo

Taxa real ex-post
Calculada olhando para trás (taxa verificada), com base nos juros e na inflação nos últimos 12 meses, por exemplo. Serve para avaliar um investimento já realizado

Copom (Comitê de Política Monetária)
Órgão do Banco Central, formado pelo seu presidente e diretores, que define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia, a Selic

IPCA
Indicador medido pelo IBGE que serve como meta de inflação. A meta é definida pelo Conselho Monetário Nacional, órgão que tem a participação do BC, do ministro da Fazenda ou da Economia e de outros membros da equipe econômica.


  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.