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Dona do Facebook explorou fraquezas dos adolescentes, diz estudo citado por jornal

Apresentação interna da Meta mostra que a empresa buscou desenvolver produtos para capitalizar partes da psicologia juvenil

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São Paulo

A Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, projetou produtos em suas mídias sociais para se aproveitar das vulnerabilidades psicológicas dos adolescentes, segundo novos levantamentos que citam documentos internos da empresa, noticiados pelo Wall Street Journal.

Uma apresentação interna de 2020 da empresa, citada pelo jornal americano, revela que a Meta buscou capitalizar partes da mente dos jovens que os tornam "propensos a impulsos, à pressão dos colegas e a comportamentos potencialmente prejudiciais".

Meta, empresa de Mark Zuckerberg, é dona das redes sociais Facebook e Instagram, e do aplicativo de mensagens WhatsApp.
Meta, empresa de Mark Zuckerberg, é dona das redes sociais Facebook e Instagram, e do aplicativo de mensagens WhatsApp. - Kirill Kudryavtsev/AFP

Esses documentos internos fazem parte de um processo, movido no final de outubro por membros de uma coalizão de 41 estados e o Distrito de Columbia, que alegavam que a Meta construiu intencionalmente o Facebook e o Instagram com recursos viciantes para os jovens usuários.

Produtos das redes sociais foram descritos como propensos a fornecer os tipos de estímulos que desencadeiam uma poderosa neurotransmissão no cérebro dos usuários mais jovens.

"Os adolescentes são insaciáveis quando se trata de efeitos de dopamina que os fazem se sentir bem", mostra a apresentação da Meta. "Toda vez que um de nossos usuários adolescentes encontra algo inesperado, seus cérebros lhes entregam uma pancada de dopamina", completa.

A Meta, contudo, diz que não projetou produtos para serem viciantes. "A reclamação distorce nosso trabalho usando citações seletivas e documentos escolhidos a dedo", afirma a porta-voz da empresa, Stephanie Otway.

Segundo a ação movida pelos estados americanos, a Meta conhecia há muito tempo as fraquezas das proteções da plataforma contra o uso por crianças com menos de 13 anos, proibidas de usar as redes sociais da empresa tanto pelas leis dos EUA quanto da própria Meta.

Os algoritmos da empresa mostram que, apenas no país norte-americano, até quatro milhões de usuários da companhia são menores de idade. E ao invés de combater o uso de suas redes sociais por adolescentes, a empresa teria criado gráficos "elogiando a penetração do Instagram no cortes demográficas de 11 e 12 anos".

Otway, porta-voz da Meta, diz que o Instagram trabalha para remover usuários menores de idade. Mas, segundo ela, a verificação da idade das pessoas no ambiente online é um problema complexo. Por isso, afirma, a companhia apoia a legislação que permitiria aos pais controlar quais aplicativos os usuários menores de 16 anos podem baixar.

Os documentos acessados pelo WSJ também dão suporte a alegações de que o presidente da Meta, Mark Zuckerberg, instruiu seus funcionários a priorizar o aumento do uso de suas plataformas acima do bem-estar dos usuários.

O uso problemático das redes sociais da empresa foram apontados como um problema para os adolescentes, segundo estudos internos vistos pelo jornal americano. A Meta, contudo, utilizava-se das notificações para aumentar o uso de suas plataformas, sabendo que os adolescentes tinham uma "maior tolerância" para serem seduzidos pelas notificações do que os usuários adultos.

Zuckerberg, contudo, ignorava os alertas internos para os problemas desse tipo de produto, segundo a publicação.

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