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Sam Bankman-Fried, fundador da FTX, é declarado culpado de fraude nos EUA

Ex-magnata das criptomoedas deve agora enfrentar sentença de até 110 anos de prisão

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Nova York | AFP

Sam Bankman-Fried, ex-magnata das criptomoedas e fundador da corretora FTX, foi condenado nesta quinta-feira (2) por fraude, desvio de fundos e associação criminosa.

Um júri de Nova York, nos Estados Unidos, chegou a essa decisão após cinco semanas de julgamento, e Bankman-Fried agora vai enfrentar uma sentença de até 110 anos de prisão.

Em seus argumentos finais, os procuradores retrataram o réu como um homem extremamente inteligente consumido pela ganância que sabia o que estava fazendo quando o dinheiro da FTX foi secretamente direcionado para seu fundo especulativo pessoal.

O ex-CEO da corretora de criptomoedas FTX, Sam Bankman-Fried
O ex-CEO da corretora de criptomoedas FTX, Sam Bankman-Fried; empresa entrou com pedido de falência em novembro de 2022 - Andrew Kelly - 3.jan.2023/Reuters

"Considerem-no culpado", disse a procuradora dos EUA, Danielle Sassoon, ao júri nesta quinta. "Ele era ambicioso" e tinha "a arrogância de pensar que poderia sair impune de uma fraude", acrescentou.

A defesa afirmou que seu cliente agiu de "boa fé" e foi atropelado pelas circunstâncias e pela inaptidão financeira de associados próximos que teriam testemunhado contra ele para obter leniência dos procuradores.

A testemunha principal foi a ex-colega e ex-namorada de Bankman-Fried, Caroline Ellison, que disse ao júri que eles haviam roubado "cerca de US$ 14 bilhões" (RS 69,4 bilhões) de clientes da plataforma de negociação de criptomoedas FTX antes de ela entrar em falência no ano passado.

O dinheiro foi usado para sustentar a Alameda Research, o fundo de hedge pessoal de Bankman-Fried, para o qual ele escolheu Ellison como CEO

Bankman-Fried se tornou um símbolo dos excessos do setor das criptomoedas no ano passado, quando a FTX entrou em colapso e ele foi acusado de roubar até US$ 10 bilhões de clientes para financiar contribuições políticas, investimentos em capital de risco e outros gastos extravagantes.

O júri composto por nove mulheres e três homens levou mais de quatro horas de deliberação para chegar a um veredicto. Bankman-Fried, 31, pretende recorrer. A sentença será proferida em 28 de março.

A decisão marca uma das quedas mais rápidas na história corporativa moderna. Apenas um ano atrás, SBF, como é conhecido, tinha um patrimônio avaliado em mais de US$ 20 bilhões e ganhou destaque como um dos poucos "bons moços" no mundo pouco regulamentado das criptomoedas. A FTX chegou a ser avaliada em US$ 32 bilhões.

Ele fundou a FTX em 2019 e arrecadou US$ 2 bilhões em financiamento de risco, prometendo trabalhar com reguladores para escrever novas regras para a indústria. Ele também foi um doador político prolífico, contribuindo com mais de US$ 5 milhões para apoiar a campanha presidencial de Joe Biden em 2020.

Bankman-Fried foi acusado de crimes que incluem fraude de valores mobiliários, fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. Uma acusação de violação da lei de financiamento de campanha foi eventualmente retirada, juntamente com algumas outras acusações, embora todas possam ser revividas em um segundo julgamento no próximo ano.

Muitos de seus aliados mais próximos se voltaram contra ele. Caroline Ellison se declarou culpada e concordou em cooperar com a acusação. Ela foi acompanhada por dois co-fundadores da FTX, Gary Wang e Nishad Singh, que admitiram conspirar com Bankman-Fried para defraudar clientes. Um quarto executivo de alto escalão, Ryan Salame, também se declarou culpado, sem concordar em cooperar.

Com The New York Times

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