BC eleva a 3% previsão de alta do PIB em 2023 e vê chance pequena de inflação estourar meta

Relatório de autoridade monetária também prevê aumento superior da economia em 2024

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Brasília | Reuters

O Banco Central melhorou sua estimativa de crescimento para a economia brasileira em 2023 a 3,0%, de 2,9% estimados em setembro, mostrou o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (21), que também apresentou projeção de alta de 1,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024, de 1,8% antes.

O documento também trouxe uma forte revisão otimista da chance de a inflação estourar o teto da meta neste ano, passando a projetar que a probabilidade de o índice superar o limite superior de 4,75% da banda de tolerância está em 17%, contra 67% estimados em setembro.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conversa com presidente Luiz Inácio Lula da Silva e presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento em Brasília
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conversa com presidente Luiz Inácio Lula da Silva e presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento em Brasília - André Borges - 13.dez.23/EFE

A projeção do BC para o crescimento da atividade se igualou às estimativas do governo neste ano, mas ainda está menos otimista na previsão para 2024. O Ministério da Fazenda divulgou em novembro que espera um crescimento de 3,0% em 2023 e de 2,2% no ano que vem. A pesquisa Focus mais recente, por sua vez, apontou que o mercado prevê uma expansão do PIB de 2,92% em 2023 e 1,51% em 2024.

Dados da atividade econômica surpreenderam positivamente neste ano, mas já começam a indicar uma desaceleração diante dos efeitos da política monetária contracionista promovida pelo Banco Central com o objetivo de controlar a inflação.

De acordo com o relatório, a perspectiva de arrefecimento da atividade econômica se confirmou, embora o crescimento do PIB no terceiro trimestre tenha ficado "ligeiramente maior que o esperado".

"O cenário prospectivo inclui aumento do ritmo de crescimento ao longo do próximo ano, com moderação do consumo das famílias, retomada dos investimentos, e manutenção de um balanço favorável nas contas externas", disse.

Em relação à inflação, o BC afirmou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu menos do que o previsto no relatório de setembro, com surpresa baixista originada principalmente nos segmentos de preços administrados, especialmente combustíveis, e de bens industriais.

"A inflação cheia e a média dos núcleos de inflação se aproximam da meta para a inflação nas divulgações mais recentes", afirmou.

A autoridade monetária ponderou que não houve mudança relevante na mediana das expectativas de inflação para os próximos anos, que permanecem desancoradas.

Transações

O BC também melhorou sua estimativa para o resultado das transações correntes neste ano, passando a ver um déficit de US$ 26 bilhões, ante saldo negativo de US$ 36 bilhões projetado em setembro, enxergando para 2024 déficit de US$ 35 bilhões, de US$ 37 bilhões de dólares antes.

Em seu Relatório Trimestral de Inflação, o BC passou a ver Investimentos Diretos no País (IDP) de US$ 60 bilhões em 2023, sobre US$ 65 bilhões antes. Na visão da autoridade monetária, o patamar deve subir para US$ 70 bilhões em 2024, contra previsão anterior de US$ 75 bilhões.

Nas contas do BC, a balança comercial terá superávit de US$ 79 bilhões neste ano, contra estimativa anterior de US$ 68 bilhões, ao passo que no ano que vem as trocas comerciais ficariam positivas em US$ 73 bilhões, de US$ 71 bilhões de dólares antes.

Crédito

Ainda nesta quinta, o Banco Central previu um crescimento do crédito no país de 6,8% este ano, ante estimativa de 7,3% feita em setembro.

Agora, a expectativa é que o crédito às famílias suba 8,6% em 2023, contra expectativa anterior de 9,9%. Para as empresas, a elevação foi calculada em 4,1%, ante 3,4% no último relatório.

Para o estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, o BC projeta agora uma expansão de 4,8% em 2023, contra alta de 5,7% antes. Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, a perspectiva é de alta de 9,7% neste ano, contra 9,6% antes.

Nas contas do BC, a expansão do estoque de crédito em 2024 será de 8,8%, contra previsão anterior de 8,5%. Nesse caso, a autoridade monetária vê alta de 9,4% no crédito às pessoas físicas —de 9,2% antes— e de 7,7% no crédito às empresas —de 7,4% antes.

No próximo ano, o estoque de crédito com recursos livres deve ter expansão de 8,1% (7,9% antes), ao passo que o saldo com recursos direcionados deve subir 9,7% (9,3% antes), completou o BC.

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