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BNDES dará prioridade a empresas aéreas após garantias, diz Mercadante

Presidente do banco afirma que é fundamental ao Brasil ter companhias nacionais; setor pede socorro ao governo

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Rio de Janeiro

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, afirmou nesta quinta-feira (8) que é fundamental que o Brasil tenha companhias aéreas próprias.

Nesse sentido, ele prometeu que o BNDES dará prioridade para o setor refinanciar as suas operações assim que for resolvida a questão das garantias para os empréstimos.

As declarações ocorreram em meio a um cenário de pressão das companhias aéreas junto ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As empresas pedem medidas de socorro após os impactos da pandemia de Covid-19, que paralisou viagens nacionais e internacionais.

Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, discursa em evento do banco no Rio de Janeiro em março de 2023 - Eduardo Anizelli - 20.mar.2023/Folhapress

"O BNDES dará prioridade, assim que tiver resolvido o problema da garantia. É um setor estratégico, que gera renda e desenvolve o Brasil. É fundamental um país desse tamanho ter empresas aéreas próprias", disse Mercadante a jornalistas.

Ele participou de um evento da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo) no aeroporto internacional do Galeão, na zona norte do Rio de Janeiro.

O início de ano no setor aéreo foi marcado pelo pedido de recuperação judicial da Gol. A Justiça dos Estados Unidos aceitou a solicitação em 26 de janeiro.

Mercadante declarou que o setor "está muito bem" neste momento, já que a demanda por voos mostrou retomada após a pandemia.

O problema, segundo o presidente do BNDES, é o passivo acumulado pelas empresas na crise sanitária.

"Temos de encontrar uma forma que assegure garantias para que o BNDES e bancos privados possam refinanciar esse setor", afirmou.

Mercadante não detalhou qual poderá ser o valor destinado ao socorro, nem a possível forma de ajuda.

De acordo com ele, o Ministério da Fazenda é o órgão responsável por definir o instrumento de auxílio. "O setor aéreo é vital para a economia, não é só para o turismo", disse.

Em visita ao Rio na segunda (5), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o governo estuda socorro para a reestruturação das empresas, mas sem dinheiro do Tesouro Nacional.

Haddad estimou que uma proposta poderá ser desenhada ainda neste mês de fevereiro. Uma das possibilidades em análise é a criação de um fundo para fornecer garantias a empréstimos.

Mercadante disse ainda nesta quinta que, ao contrário do Brasil, outros países adotaram medidas de socorro para as empresas em razão da pandemia.

"Os aviões ficaram no chão. As empresas tiveram de pagar leasing [aluguel de aeronaves], serviços, manter equipes de pilotos, equipes de bordo. Acumularam passivo expressivo", afirmou.

"O Brasil não teve nenhuma iniciativa para refinanciar a dívida. Não é subsidiar, é refinanciar. É dar um prazo mais dilatado porque o setor está bem", completou.

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