Descrição de chapéu Bloomberg Evergrande China

Evergrande, gigante incorporadora chinesa, inflou receita em US$ 78 bilhões, diz regulador

Companhia, que assumiu dívidas enormes para expandir pela China, está no centro da crise imobiliária no país

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Evelyn Yu
Bloomberg

O ex-presidente do Grupo Evergrande, empresa que está no centro da crise imobiliária da China, foi acusado de inflar a receita do negócio em mais de US$ 78 bilhões (R$ 390 bilhões) ao longo de dois anos, de acordo com o principal regulador de valores mobiliários do país.

A unidade da Evergrande estabelecida na parte continental da China, Hengda Real Estate Group, aumentou a receita em cerca de 214 bilhões de yuan (R$ 149,8 bilhões) em 2019, ao reconhecer vendas antecipadamente, e mais 350 bilhões de yuan (R$ 245 bilhões) nos resultados anuais de 2020, informou a incorporadora em um comunicado nesta segunda-feira (18), citando um aviso da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China.

As cifras infladas representaram metade da receita total de 2019 e 79% de 2020, de acordo com o regulador.

Visão geral do edifício Evergrande Center, em Xangai, em setembro de 2021
Visão geral do edifício Evergrande Center, em Xangai, em setembro de 2021 - Hector Retamal/AFP

A comissão reguladora impôs uma multa de 47 milhões de yuan (R$ 32,9 milhões) ao ex-presidente e fundador da Evergrande, Hui Ka Yan, pelos resultados falsificados, bem como por outros crimes alegados, e o proibiu de participar de atividades nos mercados de capitais pelo resto da vida.

O órgão disse que Hui "instruiu outros funcionários a inflar falsamente" os resultados anuais da empresa em 2019 e 2020. Hui era o supervisor responsável, e os métodos usados foram particularmente "flagrantes", disse o regulador. Hengda foi multada em 4,18 bilhões de yuan (R$ 2,93 bilhões), de acordo com a decisão preliminar da comissão reguladora.

O regulador também disse que alguns títulos da Hengda foram emitidos em 2020 e 2021, citando dados de relatórios de 2019 e 2020 que continham registros falsos e eram suspeitos de emissão fraudulenta.

A Evergrande já foi uma das maiores incorporadoras do mundo, assumindo enormes quantidades de dívida para expandir pela China à medida que as vendas de condomínios disparavam. O império de Hui começou a desmoronar depois que os reguladores impuseram restrições rigorosas ao empréstimo, enquanto uma desaceleração econômica e a pandemia restringiram as vendas.

Hui foi colocado sob um tipo de controle policial em setembro. As autoridades notificaram a Evergrande na época de que Hui estava sujeito a "medidas obrigatórias", devido a "suspeita de crimes ilegais".

Hui, que já foi o segundo homem mais rico da Ásia, com uma fortuna de US$ 42 bilhões (R$ 210,84 bilhões) no auge em 2017, viu sua riqueza despencar para cerca de US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões) desde então, depois que a incorporadora deu calote, enquanto suas ações despencaram e foram por vezes suspensas de negociação.

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