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Serviço público faz Distrito Federal ter maior renda média do Brasil

Salário é de R$ 6,8 mil em média na capital do país, 44% acima do segundo lugar

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Brasília

O Distrito Federal tem a maior renda média ente os trabalhadores formais do país, de acordo com dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de 2022, divulgados nesta sexta-feira (15) pelo Ministério do Trabalho.

Os trabalhadores formais —celetistas e servidores— recebem, em média, R$ 6,8 mil no DF. Isso acontece devido ao serviço público, que predomina na capital e puxa o resultado para cima.

Em segundo lugar vem o Amapá com R$ 4,7 mil, seguido por São Paulo, com R$ 4,3 mil.

Congresso Nacional visto do Palácio do Planalto
Congresso Nacional visto do Palácio do Planalto - Leonardo Sá/Agência Senado

"Um terço [dos trabalhadores do DF] integra alguma organização governamental", resumiu a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, Paula Montagner.

Já no Amapá, prosseguiu, há uma situação diferente. "No Amapá tem uma presença maior [do serviço público] no emprego formal, servidores estaduais e municipais. A Pnad mostra que tem muita gente na informalidade", explicou.

O professor da FGV, Renan Pieri, aponta que a renda média alta no Amapá "é uma ilusão". "O Amapá tem das maiores taxas de desemprego e os salários no serviço público não seguem uma lógica de mercado", avaliou.

Para ele, "a questão é que se paga muito mais no setor público, o que incentiva uma cultura de concurseiro".

Isso seria nocivo, prosseguiu, porque desvia pessoas que poderiam ir para o setor produtivo.

O alto salário médio do DF faz com que o Centro Oeste tenha o maior rendimento médio na separação por região. O salário na região é de R$ 4,4 mil.

Em seguida vem o Sudeste, com R$ 4 mil e o Sul, com R$ 3,7 mil. O Norte teve uma renda média de R$ 3,6 mil e o Nordeste ficou em último, com R$ 3 mil.

Ao todo, o Brasil tinha 52,8 milhões de vínculos formais em 2022. Desse total, 48,7 milhões já estavam na Rais de 2021 e outros 2,3 milhões correspondem ao crescimento entre os dois anos. O 1,8 milhão de vínculos restantes vieram do crescimento da base de cobertura do levantamento.

Não é possível comparar esses dados com os de outros anos porque houve uma mudança na metodologia de coleta de dados entre 2022, quando foram fornecidas informações sobre 2021, e o ano passado, quando o levantamento se debruçou sobre 2022. Foi essa mudança que aumentou a base de cobertura da Rais.

Os estabelecimentos tributados pelo Simples - aqueles com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões - deixaram de passar as informações por meio de um portal específico e começaram a usar o e-Social, cujo objetivo é unificar o envio de informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas pelas empresas.

Essas companhias representam 77% das empresas e 35% dos vínculos empregatícios. Com a migração de sistemas, o MTE identificou diversas situações nas quais informações não foram prestadas nos outros anos e começaram a chegar no ano passado.

No levantamento referente a 2022, apareceram pela primeira vez na Rais 185,5 mil empresas. A maioria delas existia desde 2018 e tinham até quatro empregados.

Esse é apenas um exemplo de diversas discrepâncias encontradas e que levaram à quebra da série histórica.

Agora, somente uma categoria de empregadores não fez a migração de sistemas para declarar as informações da Rais. São os órgãos públicos e organismos internacionais. Eles representam só 1% dos estabelecimentos, mas atingem 19% dos vínculos.

Dos 52,8 milhões de vínculos registrados em 2022, 42,5 milhões são celetistas e 8,6 milhões são de servidores públicos. O 1,7 milhão restante se refere a aprendizes, empregados temporários ou intermitentes, entre outros.

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