Descrição de chapéu Sabesp

Câmara de SP aprova em 1ª votação projeto crucial para venda da Sabesp avançar

PL muda lei de 2009 e autoriza capital a contratar companhia de saneamento privada

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São Paulo

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira (17) um projeto de lei que, na prática, dá sinal verde para o que o governo estadual avance com a privatização da Sabesp.

Por 36 a 18, os vereadores revogaram artigos de uma lei municipal de 2009 que estabeleciam que o contrato entre a prefeitura e a Sabesp seria extinto caso o controle acionário da companhia fosse transferido à iniciativa privada. A sessão teve bate-boca e confusão entre vereadores e público.

A aprovação desta quarta foi em primeiro turno. O texto ainda será discutido em audiências públicas até a segunda e definitiva votação na Câmara, prevista para o começo de maio. O resultado, porém, serve de termômetro para o processo, indicando que a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não deve ter problemas na esfera municipal.

O projeto era visto como crucial para a privatização, porque, sozinha, a capital responde por 45% do faturamento da Sabesp. Ou seja, se a maior fonte de receita ficasse fora do pacote, o leilão de ações previsto para o meio deste ano perderia atratividade.

A autorização para a venda da companhia foi concedida no final de 2023 pela Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). O texto aprovado pela Câmara de São Paulo nesta quarta autoriza que a Sabesp privada possa operar na capital.

Para o projeto passar, era necessário maioria simples da Casa, isto é, 28 dos 55 votos.

Câmara de São Paulo realiza audiência cpública sobre Plano Diretor
Sessão pública na Câmara de São Paulo - Ronny Santos/Folhapress

Partidos como PT, PSOL e PSB, que se posicionaram contra a medida, vinham criticando a velocidade da tramitação. O PL foi enviado à Câmara pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) em março.

Nas últimas semanas, o próprio presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União Brasil), que é da base aliada à Nunes, vinha sinalizando alguma resistência ao projeto de lei.

No último dia (11), ele defendeu que a prefeitura da capital contratasse uma empresa independente para avaliar se a privatização traria vantagens ao município.

Manifestação contra a privatização da Sabesp em frente a Câmara Municipal - Rovena Rosa - 17.abr.2024/Agência Brasil

Críticos da iniciativa de Tarcísio afirmam que a cidade tem pouco a ganhar com a desestatização da empresa, já que a universalização do saneamento já está prevista para 2029 (prazo que o governo de São Paulo promete como atrativo para as demais cidades).

Inicialmente, vereadores levantaram até a possibilidade de criar uma empresa municipal de saneamento.

No entanto, as resistências não prosperam e a Câmara de São Paulo, vista a princípio como um obstáculo, não travaram a privatização da Sabesp.

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