Juiz aceita pedido da Polishop e antecipa efeitos de recuperação judicial

Empresa enfrenta problemas financeiros e fez pedido de tutela antecipada ao TJ-SP

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São Paulo

A Polishop teve pedido de tutela antecipado atendido e se protegeu contra ordens de despejo de suas lojas físicas, bloqueio de ativos financeiros e retirada de seu site de ecommerce das plataformas de vendas e de marketing.

A decisão foi dada nesta sexta-feira (5) pelo juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperação Judicial do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).

A empresa pediu a tutela porque argumentava não ter todos os documentos para pedir recuperação judicial. Mas o juiz disse considerar que o pedido era plausível em seu direito e concedeu a tutela que, na prática, antecipa os efeitos da recuperação judicial.

Loja da Polishop no Shopping Pátio Paulista, em São Paulo - Reprodução

Em seu pedido, a empresa varejista disse estar na iminência de grave prejuízo financeiro a sua atividade.

Em processo de reestruturação e com dívidas de cerca de R$ 400 milhões, a Polishop afirmou ao juiz não estar apta no momento a apresentar pedido de recuperação judicial.

Parte dos débitos da companhia é referente a aluguéis não pagos de suas lojas em shopping centers, mas também há dívidas trabalhistas. Em 2020, quando começou a pandemia de Covid-19, a Polishop tinha 278 lojas físicas. No início de 2023, o número havia caído para 161.

Oliveira Filho determinou também que seu despacho fosse enviado a 50 empresas que têm relação comercial com a Polishop, com multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento da decisão.

Ele também nomeou a Cabezón Administração Judicial como administradora judicial temporária, com a função de fiscalizar as atividades da Polishop.

Trata-se de mais um caso de crise em uma companhia de varejo no país, um cenário que se tornou comum desde o ano passado, quando em janeiro a Americanas viu seu CEO, Sergio Rial, renunciar ao cargo e revelar que a empresa vinha "escondendo" dívidas equivalentes a R$ 20 bilhões em seu balanço.

O anúncio do escândalo contábil deu início a uma batalha entre a varejista e seus maiores credores e iniciou processo de recuperação judicial.

No balaço divulgado em fevereiro, o Carrefour apresentou prejuízo de R$ 565 milhões no último trimestre de 2023. A empresa informou também que pretende vender ou fechar 123 lojas que dão prejuízo. Marisa e Casas Bahia também planejam redução de suas estruturas físicas.

No mês passado, o grupo espanhol Dia anunciou a intenção de fechar 343 supermercados e três centros de distribuição no país.

O setor atravessa crise ainda por causa dos efeitos da pandemia da Covid-19. As varejistas também sofreram com a taxa de juros e o crescimento da inadimplência.

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