Descrição de chapéu Santander

Lucro do Santander cresce 41% no primeiro trimestre e alcança R$ 3 bi

Banco amplia rentabilidade para 14% com aumento nos empréstimos, mas inadimplência tem leve piora

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São Paulo


O Santander Brasil lucrou R$ 3 bilhões no primeiro trimestre deste ano, informou o banco nesta terça-feira (30). O número é 41,2% maior que no mesmo período de 2023 e 37,1% em relação ao quarto trimestre do ano passado. Segundo levantamento da Bloomberg, o resultado superou a estimativa de R$ 2,865 bilhões dos analistas.

O mercado também projetava uma receita de R$ 19,79 bilhões, em linha com os R$ 19,68 bilhões registrados no trimestre —14,1% a mais que no mesmo período de 2023.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROAE), indicador que mede a rentabilidade da operação, também melhorou. Foi para 14,1%, ante 12,3% ao fim do ano passado e 10,6% no primeiro trimestre de 2023.

Fachada de agência do Santander
Agência bancária do Santander - Divulgação

Os resultados refletem um aumento nos empréstimos. A carteira de crédito ampliada foi para R$ 654 bilhões ao fim de março, alta de 1,7% ante dezembro de 2023 e de 8,1% na comparação com o mesmo período do ano passado, com destaque para o crescimento do consignado (34% na comparação anual), do crédito ao consumo (11%) e do agronegócio (39%).

Já o custo do crédito caiu 0,2 ponto percentual e 0,8 ponto percentual, nos mesmos períodos, para atuais 3,8%. No primeiro trimestre de 2024, a PDD (provisão para devedores duvidosos) somou R$ 6,765 bilhões, queda de 11,6% em relação ao quarto trimestre de 2023 e de 12,1% em relação a período semelhante.

O índice de inadimplência do banco (atrasos acima de 90 dias), por sua vez, piorou. Foi de 3,1% ao fim de 2023 para 3,2%. Em pessoas físicas, ele segue em 4,3%, mas, nas jurídicas, aumentou de 1,4% para 1,5%.

Segundo Rafael Reis, analista do BB Investimentos, o crescimento da carteira de crédito indica um retorno do Santander ao ritmo de crescimento do mercado, após o banco ter desacelerado a concessão em meio à escalada da inadimplência.

"Apesar da rentabilidade ainda baixa em relação tanto a seus melhores dias quanto a outros pares que manobraram de forma menos turbulenta o período pós-pandemia, vislumbramos no resultado do Santander um conjunto de melhorias no mínimo digno de atenção", afirma Reis em relatório.

A base de clientes ativos, por sua vez, encolheu 2% na comparação anual, para 31,1 milhões, de um total de 65,8 milhões. No momento, um dos maiores objetivos do banco é reverter esse cenário e aumentar a principalidade entre correntistas. Ou seja, ser o principal banco utilizado por quem tem uma conta no Santander.

Em meio à queda de rentabilidade desde a pandemia, o Santander Brasil reposicionou sua marca para atrair a baixa renda. O clássico slogan "O que a gente pode fazer por você hoje?" deu lugar ao "Começa Agora" para atrair novos clientes e aumentar a principalidade (ser o principal banco utilizado) entre quem já é correntista.

"Eu estou, no fundo, reposicionando o Santander no Brasil", afirmou Mario Leão, presidente do banco, durante entrevista a jornalistas para comentar o resultado.

Para isso, o banco zerou a anuidade de seus cartões a partir da última segunda (29), sem necessidade de um valor mínimo gasto mensal, como era antes.

Outra mudança promovida pelo banco é o fim da carteira fixa de clientes por agência, incorporando a estratégia utilizada pelo varejo tradicional, aumentando a abordagem proativa do Santander junto aos seus clientes. "O modelo passa a ser voltado para a venda e a qualidade da venda. Então, meço a loja pelo que ele vende", disse Leão.

O banco ainda se recupera da forte concessão de crédito durante a pandemia. Em 2023, como um todo, o lucro somou R$ 9,383 bilhões e o Roae ficou em 11,8%, abaixo dos 16,3% registrados em 2022.

"Em 2020 e 2021, superestimamos a capacidade de endividamento da baixa renda, e todos [os bancos] foram dando cartão de crédito e aumento no limite. De lá para cá, evoluímos na percepção da baixa elasticidade da baixa renda", disse Leão.

Após trocar a presidência em 2022, com Leão como CEO, o Santander agora busca tornar a sua operação para o varejo massificado rentável. Na nova linha gratuita, o foco será a concessão de cartão de crédito e, como complemento, as linhas de crédito com garantia, como o consignado.

"O custo de crédito poderia aumentar, mas não vai, porque vamos ofertar modelos de crédito mais garantidos. Não estamos reabrindo nosso apetite. Não há mudança no modelo de risco", complementa Leão.

Segundo ele, para que o Santander aumente o seu apetite por crédito é necessária uma melhora no cenário macroeconômico, com inflação sob controle e aumento na renda salarial.

RAIO-X | SANTANDER BRASIL NO 1º TRIMESTRE DE 2024

Clientes: 65,8 milhões

Funcionários: 55.210

Lucro líquido: R$ 3 bilhões

Roae: 14,1%

Agências e pontos de atendimento: 2.588

Fundação: em atividade no mercado local desde 1982

Principais concorrentes: Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa, Nubank

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