Descrição de chapéu Governo Lula

Lula diz que banqueiro e empresário não precisam do Estado, mas querem superávit e empréstimo

Presidente afirma que rico paga pouco Imposto de Renda e que precisa governar para quem mais precisa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quarta-feira (3), que banqueiro e grande empresário não precisam do Estado, mas que querem superávit primário e empréstimo do Estado.

O chefe do Executivo disse ainda que rico paga muito pouco de Imposto de Renda e que ele, enquanto presidente, precisa governar para todos, mas priorizando quem realmente precisa.

A declaração foi dada durante a 12ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, em Brasília. O evento ocorreu no Centro Internacional de Convenções do Brasil.

O presidente Lula (PT) em evento de educação no Rio de Janeiro. - Mauro Pimentel-02.04.2024/AFP

"Fomos eleitos para atender exatamente a parcela da sociedade que precisa do Estado. Os banqueiros não precisam do Estado, mas exigem que o Estado faça superávit primário e coloque à disposição dele bilhões. Os grandes empresários não deveriam precisar do Estado, mas precisam do Estado porque vivem pegando dinheiro emprestado do Estado", disse.

"Quem é que precisa do Estado? O povo trabalhador, a classe média baixa que paga 80% de Imposto de Renda neste país. Porque rico também paga muito pouco Imposto de Renda, quem paga é quem trabalha e recebe contracheque no fim do mês", afirmou.

O mandatário disse ainda que é preciso ter consciência que não pode perder de vista uma maioria da população que precisa de emprego, saúde, transporte coletivo e casa para morar. "Tem que priorizar, por isso a gente vai priorizar a parte da sociedade que precisa verdadeiramente do governo", disse, sob aplausos.

As declarações ocorrem em meio a uma pressão do mercado pela manutenção da meta fiscal de déficit zero, enquanto alas do governo defendem a sua revisão. Em discursos, o presidente já criticou o mercado e destacou que uma de suas prioridades será manter investimentos públicos.

As medidas de arrecadação já implementadas até agora pelo governo serão insuficientes para garantir o alcance da meta fiscal almejada pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) em 2025. O Tesouro estimou em seu relatório de projeções fiscais a necessidade de um esforço adicional equivalente a 1% do PIB (Produto Interno Bruto) para chegar ao superávit de 0,5% do PIB prometido para o ano que vem.

Em outra frente, o governo elabora uma proposta que pode alterar o limite de isenção de Imposto de Renda para quem investe em ações na Bolsa. Atualmente, vendas de até R$ 20 mil por mês ficam livres do recolhimento do imposto. Agora, esse teto passará a ser de R$ 60 mil por trimestre.

O ajuste na periodicidade deve inclusive gerar ganhos de eficiência e conveniência para os investidores, uma vez que ele terá a opção de concentrar a venda de até R$ 60 mil em ações em determinado período que lhe seja mais favorável dentro do trimestre.

Em outros trechos de sua fala nesta quarta, Lula criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sem citá-lo, e a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza, que voltou a chamar de "guerra insana".

Lula lembrou das crianças que ficaram órfãs por causa da covid-19. Depois ele pediu que a plateia levantasse a mão em homenagem a quem não pôde estar presente, como os órfãos da covid, e crianças que morreram no Oriente Médio. "Homenagem a quase 12,3 mil crianças que morreram na Faixa de Gaza bombardeada por Israel numa guerra insana", disse, sob aplausos.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.