Descrição de chapéu União Europeia

Macron defende nova política comercial na Europa e faz críticas a EUA e China

Presidente francês afirma que os países deixaram de respeitar regras comerciais com política de subsídios

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Paris | AFP

O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu nesta quinta-feira (25) uma revisão da política comercial da União Europeia para proteger os interesses do bloco, diante de países como China e Estados Unidos que "não respeitam mais" as regras mundiais.

"Não podemos funcionar se formos os únicos no mundo a respeitar as regras do comércio conforme foram escritas há 15 anos, se os chineses e os americanos já não as respeitam, subsidiando setores", afirmou.

Após defender uma maior abertura do mercado comum europeu, de 450 milhões de consumidores, e a defesa de seus interesses, Macron pediu a revisão da política comercial para serem respeitadas as regras sanitárias, trabalhistas e climáticas europeias.

O presidente francês, Emmanuel Macron, discursa sobre a Europa num anfiteatro da Universidade Sorbonne, em Paris, em 25 de abril de 2024 - AFP

"Não devemos nos entregar à rejeição de qualquer acordo comercial", afirmou o presidente, em uma referência velada à rejeição pelo Senado francês do acordo comercial entre a União Europeia e o Canadá.

Macron apresentou o acordo como um modelo que o bloco deveria seguir, pois inclui, entre outros, cláusulas espelho, para garantir uma competição justa entre produtores europeus e canadenses.

Isso, juntamente com o respeito ao Acordo de Paris sobre o clima, é uma das exigências da França para os futuros acordos comerciais, em oposição aos acordos de "antiga geração", como o negociado entre a UE e o Mercosul.

"Não somos a favor de nos fecharmos (…), mas sim de uma competição justa", reiterou o presidente francês, apoiando medidas como uma taxa sobre importações com base em sua pegada de carbono e especificando isso nos produtos.

No final de março, durante uma viagem ao Brasil, Macron defendeu um "novo acordo" entre a UE e o Mercosul, uma vez que o negociado há mais de 20 anos não considera os desafios de "biodiversidade e clima".

O discurso de quase duas horas sobre o futuro da Europa é visto como sua entrada em campanha para as eleições do Parlamento Europeu em junho, nas quais sua aliança centrista perde terreno para a extrema direita na França.

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