Meirelles defende autonomia financeira do BC para evitar burocracia do governo

Ex-presidente da autarquia diz que instituição deve ter capacidade de avaliar pagamento de seus funcionários

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São Paulo

Ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles defendeu nesta sexta-feira (5) a autonomia financeira do BC —bandeira levantada pelo atual comandante da autarquia, Roberto Campos Neto.

Meirelles argumentou que é importante que o BC não fique sujeito às burocracias do governo e tenha liberdade para avaliar o pagamento de seus funcionários.

Servidores da autarquia têm pressionado por aumento de salários, por meio de paralisações e greves, que acabam atrasando serviços importantes e a divulgação de dados e projeções.

Ex ministro e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles durante o Lide Brazil Conference em Nova York
Ex ministro e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles durante o Lide Brazil Conference em Nova York - Vanessa Carvalho/Lide

"A independência financeira, eu acho importante. Porque ela dá ao Banco Central [...] a capacidade de fazer a avaliação e o pagamento de seus funcionários, e não ficar sujeito a medidas burocráticas do governo", afirmou Meirelles.

"Considerando-se a importância do Banco Central para o país, eu acho que é importante essa autonomia financeira", disse.

Meirelles também defendeu a autonomia operacional da autarquia, garantida por meio de lei aprovada e sancionada em 2021, durante o governo air Bolsonaro (PL).

O ex-presidente da instituição afirmou que, durante seu comando do BC, embora a legislação ainda não estivesse aprovada, teve autonomia, algo que se mostrou bem-sucedido.

"O passado recente mostra o quão é importante a independência do Banco Central à medida que é normal em qualquer país do mundo que os políticos tenham tendência a tentar influenciar as decisões do BC com cálculos mais ou menos imediatistas", disse.

As declarações feitas à imprensa ocorreram após seminário de inovação do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), que contou com a participação de Campos Neto e do presidente da Febraban, Isaac Sidney. Atualmente, Meirelles é co-chairman do Lide.

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