A Tesla registrou uma queda trimestral nas vendas de carros pela primeira vez em quase quatro anos, abaixo das estimativas de Wall Street, num sinal de que os efeitos dos cortes de preços estão diminuindo à medida que a montadora enfrenta a concorrência crescente e a demanda mais fraca.
As ações da montadora caíram 5,7% no mercado nesta terça, somando-se ao declínio de quase 30% no valor até agora neste ano.
A montadora mais valiosa do mundo entregou cerca de 386,8 mil veículos nos três meses até 31 de março, uma queda de 20,2% em relação ao trimestre anterior, quando produziu 433,3 mil carros.
Em média, Wall Street esperava que a Tesla vendesse 454,2 mil unidades, de acordo com 18 analistas consultados pela Visible Alpha.
As entregas da montadora de elétricos caíram 8,5% em relação ao ano anterior. A última vez que uma queda nas vendas foi registrada foi no segundo trimestre de 2020, quando a pandemia forçou a montadora a pausar a produção.
A empresa disse que a queda nos volumes foi parcialmente devido aos esforços para preparar a fábrica de Fremont na Califórnia para aumentar a produção do "Model 3" atualizado e aos fechamentos em sua planta de Berlim, como resultado de desvios de envio causados pelo conflito no Mar Vermelho.
A Tesla tem enfrentado uma intensa concorrência de montadoras da China, incluindo a líder de mercado BYD — que ultrapassou a empresa dos EUA como a maior fabricante de veículos elétricos em 2023 — e a estreante Xiaomi.
No entanto, a empresa liderada por Elon Musk conseguiu se manter à frente da BYD no trimestre, que vendeu cerca de 300 mil veículos elétricos.
A Tesla entregou 369,7 mil Model 3 e Model Y, e cerca de 17 mil unidades de outros modelos, incluindo o sedã Model S, o Cybertruck e o SUV premium Model X.
Em janeiro, a Tesla alertou para um crescimento de vendas "notavelmente menor" este ano, à medida que se concentra na produção de seu veículo elétrico de próxima geração.
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